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SALVADOR

Corregedoria irá apurar agressão de PMs a jornalista

Agressão aconteceu na noite do último sábado (4) quando Marivaldo saia de uma confraternização e decidiu registrar a agressão sofrida por um colega

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06/07/2015 às 18:04 • Atualizada em 27/08/2022 às 18:24 - há XX semanas
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A Corregedoria Geral da Polícia Militar da Bahia iniciou um procedimento administrativo nesta segunda-feira (6) para apurar a denúncia de agressão sofrida pelo jornalista Marivaldo Filho, editor de política do site Bocão News. Em nota, a PM reiterou que "adotará todas as medidas necessárias para buscar a verdade dos fatos e reafirma que não coaduna com posturas agressivas por parte de policiais militares. Caso haja a confirmação da denúncia, a PM aplicará as sanções previstas em lei."

Na noite do último sábado (4), o jornalista foi agredido fisicamente por policiais militares, no bairro do Bonfim, em Salvador. De acordo com Marivaldo, a situação aconteceu quando ele saia de uma confraternização e decidiu registrar, através da câmera do celular, a agressão física sofrida por um colega após este ter colocado um copo de cerveja em cima do carro de um PM que estava à paisana, mas acompanhado do grupo fardado que conduziu a agressão.

Marivaldo presta depoimento na corregedoria da PM na tarde desta segunda-feira (Foto: Reprodução/Facebook)

"Na saída [da festa], presenciei agressões covardes de policiais militares a um amigo somente porque ele tinha colocado um copo de cerveja em cima do carro de um dos policiais que estava sem farda. Além de procurar desentendimento por um motivo tão banal , foi "auxiliado" pelos outros, fardados, que espancaram o rapaz sem nenhum motivo. Indignado com o que vi, resolvi tirar uma foto da viatura", relatou em um texto publicado no Facebook, no final da manhã deste domingo (5).

Ao perceber que a situação era registrada, um dos policiais o questionou sobre o que estava fazendo e tomou seu celular. Segundo a vítima, os policiais lhe deram voz de prisão por desacato e desobediência e, em seguida, desferiram diversos socos na cabeça antes de ser colocado agressivamente na viatura. "Já atordoado, o policial devolveu meu celular para que desbloqueasse e ele pudesse apagar a bendita foto. Por ter tomado muitos socos, não conseguia acertar a minha senha, completamente baqueado com os murros", lembrou.

Ainda de acordo com o jornalista, por não ter acertado colocar a senha no celular, um dos policiais pegou um objeto na rua, parecido com uma pedra, e acertou contra a cabeça dele; o ferimento, resultou em uma sutura com oito pontos. Após conseguir colocar a senha do celular e os policiais apagarem a foto, ele foi conduzido para a UPA do bairro de Roma, onde foi atendido. De lá, ele foi encaminhado à Central de Flagrantes, de onde só foi liberado por volta das 5h20 do domingo.

Mesmo se dizendo "destruído" com a situação, Marivaldo diz que vai levar o caso até as "últimas consequências" e que espera uma resposta do Estado. "Fiz exame de corpo de delito e amanhã vou à Corregedoria. Continuarei lutando contra o que é injusto. O que aconteceu comigo não é um fato isolado. Acontece aos montes nos bairros pobres e continuam invisíveis", afirmou. Na tarde desta segunda, Marivaldo presta depoimento na corregedoria para oficializar a denúncia.

Posicionamentos
No final da tarde de ontem, o governador Rui Costa também se posicionou sobre a acusação. No Facebook, ele afirmou que determinou ao "secretário de Segurança, Maurício Barbosa, e ao comandante da PM, coronel Anselmo Brandão, a apuração rigorosa dos acontecimentos". Na publicação, Rui também destacou que o governo "atuará sempre para assegurar que a democracia seja vivida de forma plena, garantindo a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão, o direito de o jornalista exercer sua profissão mediante qualquer situação. Não permitiremos em nosso estado intimidações, constrangimento e nenhum tipo de violência contra o profissional ou contra o cidadão que denuncie ato ilícito".

Em contato com o CORREIO, a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba), Marjorie Moura, classificou o caso como um absurdo e afirmou que o que aconteceu não deixa de ser uma agressão à liberdade de expressão, "quer ele estivesse no exercício da profissão, quer estivesse sendo cidadão". De acordo com ela, a situação passa dos limites. "É comum jornalistas relatarem serem vítimas de ameaças de PMs. É algo que a gente inclusive tem discutido com o comando da PM", explicou.

Correio24horas

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