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SALVADOR

Aumenta em 9% número de jovens que não trabalham e nem estudam

Já o número de mulheres na mesma situação caiu 398 mil, de acordo com o estudo feito pela Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea

• 06/12/2012 às 11:38 • Atualizada em 27/08/2022 às 13:11 - há XX semanas

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Jonatas, na praia: ‘Vou correr atrás’, assegura
Jonatas Cunha Souza tem 22 anos, segundo grau completo e está desempregado. Mora com a família e tem um filho pequeno, que vive com a mãe. No Brasil, há cada vez mais jovens com o perfil semelhante ao de Jonatas, os chamados ‘nem-nem’, que não estudam nem trabalham. E esse número só vem crescendo. É o que mostra uma pesquisa divulgada esta semana pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea). Segundo o estudo, de 2000 a 2010, o número de homens jovens que não trabalhavam nem estudavam aumentou em 1,107 milhão no país. Já o número de mulheres na mesma situação caiu 398 mil, de acordo com o estudo feito pela Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea. A pesquisa levou em consideração a definição de população jovem entre 15 e 29 anos. Quarta à tarde, na praia do Porto da Barra, Jonatas analisou a pesquisa enquanto “tomava uma” com um amigo. “As mulheres estão se profissionalizando e querendo ser independentes e estão conseguindo”, disse. Faz sentido, segundo o estudo do Ipea. “Isso tem a ver com a maior participação da mulher no mercado de trabalho e com a mudança de papéis”, analisou a pesquisadora do Ipea Ana Amélia Camargo. Apesar de estar parado no momento, o jovem Jonatas garante que quer sair dessa situação. “Falta consciência por parte de alguns homens, mas eu não sou assim, vou correr atrás para ter o meu. Não quero ficar dependendo de pai e mãe, nem de mulher”. No entanto, com alguns minutos de conversa, ele deixa escapar: “Tem homem que dá sorte, casa com mulher que tem condição e não precisa trabalhar”. Ele assegura que já está procurando cursos para fazer e sair da estatística dos ‘nem-nem’.
Estudante levou laptop para estudar na praia. Namorado admite: 'Sou acomodado'
A estudante de Direito Camila Paes, 21 anos, também estava nesta quarta à tarde na praia, mas com um laptop no colo. Ela fazia jus à imagem da mulher cada vez mais empenhada em estudar e trabalhar revelada pela pesquisa. “Estou estudando para uma prova da faculdade”, explicou. “Essa pesquisa fala a mais pura realidade, as mulheres estão correndo atrás e cada vez mais independentes”. Seu namorado, Bruno Maia, 22 anos, admite: “Os homens estão muito acomodados. Eu mesmo sou um”. Apesar de não fazer parte da estatística, por estar estudando, ele não trabalha, nem tem vergonha de assumir. “Tô bem como estou. Se minha mulher ganhar muito dinheiro e eu não precisar trabalhar, aí vai ser melhor”. Mas... e as tarefas domésticas, Bruno, você faria? “Cuidar das crianças, eu até cuidaria. Eu tenho vontade de ter um filho, ela é que não quer”. Apesar da tendência de que as mulheres trabalhem e estudem cada vez mais, a pesquisa revelou que elas ainda são maioria entre os jovens ‘nem-nem’, porém menos que no passado. Em 2000, 6,4 milhões de jovens mulheres estavam nessa categoria, e hoje são 6 milhões. Já os homens jovens passaram de 1,8 milhão para 2,9 milhões. É o caso da jovem Marina Andrade, 23 anos. No momento, ela está sem estudar nem trabalhar. “Mas é uma situação momentânea. No ano que vem, vou voltar a estudar Nutrição”, garantiu. Ela começou os estudos, mas teve que trancar por problemas pessoais. Sobre a pesquisa, Marina comentou: “As mulheres agora é que estão correndo atrás, pois elas estão vendo que precisam estudar e trabalhar. Os homens é que não querem nada”. Sua amiga Camila Jacobina, de 23 anos, também está sem trabalhar, mas estuda Biologia e faz ‘bicos’ na recepção de eventos. “As mulheres estão deixando de ser o sexo frágil. Quanto aos homens, não sei o que está acontecendo com eles”, brinca. “Eles é que têm que dizer”. O estudo do Ipea apontou ainda que a maioria dos jovens que não estudam e não trabalham é apoiada pela família e mora em domicílios de baixa renda, nos quais o chefe da família tem idade média de 40 anos e baixa escolaridade. No caso dos homens, a maioria dos ‘nem-nem’ é formada por filhos. No caso das mulheres, cônjuges. Ana Amélia Camargo, do Ipea, conclui: “São necessárias políticas públicas que contribuam para uma inserção adequada desses jovens, seja na escola ou no mercado de trabalho”, destaca a pesquisadora. Matéria original Correio 24h Aumenta em 9% número de jovens que não trabalham e nem estudam

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