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Barracas do Imbuí passam a ter hora para fechar

Acordo define multa para quem mantiver som alto após as 22h

• 17/09/2015 às 7:20 • Atualizada em 28/08/2022 às 20:43 - há XX semanas

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Fim de festa. Aí você quer tomar aquela saideira às 3h de sábado e logo vem em mente o Imbuí. Hummm... Mas aproveite enquanto é tempo, pois a partir de segunda-feira as tradicionais barracas passarão a ter horários fixos para encerrar as atividades. Os proprietários que descumprirem as novas regras, definidas durante uma reunião esta semana, terão que pagar multa de um salário mínimo. As normas incluem também proibição de som alto a partir das 22h, também sob pena de multa. De segunda a quinta-feira, os bares só poderão estar abertos até 1h, com encerramento máximo às 2h. De sexta-feira a sábado, as barracas podem receber clientes até as 2h, e baixar as portas às 3h – mesmo limite estabelecido para os feriados. Por fim, aos domingos, devem fechar às 22h, com tolerância máxima de funcionamento até as 23h. A Associação dos Barraqueiros do Imbuí, que defende os interesses dos próprios comerciantes, será a responsável por fiscalizar e aplicar a punição aos quiosques. As medidas, segundo a entidade, visam garantir mais segurança na área e foram decididas durante reunião com a participação de moradores do bairro, associações de comerciantes e barraqueiros e a Polícia Militar. Em julho, três pessoas foram mortas no bairro num intervalo de 15 dias - nenhum dos casos, no entanto, tem relação direta com o funcionamento dos quiosques. Contra O CORREIO ouviu ontem responsáveis pela administração de algumas barracas no Imbuí e a maioria disse que cumprirá a determinação, mesmo aqueles que são contra em alguns pontos. Para a gerente da barraca A Zurka, Poliana Brito, 31 anos, não há problemas quanto ao som. “Essa questão é fácil de se resolver. O que acontece é que quando a gente baixa o volume, os clientes reclamam, mas vamos cumprir”, garantiu. Em relação ao horário de funcionamento, também não haveria problema, segundo a maioria dos comerciantes consultados, já que de segunda a quinta-feira, quando o movimento é menor, o atendimento é encerrado à 1h. A questão está nos outros dias. Na sexta-feira e sábado, o fechamento ocorre, em média, às 4h. No domingo, as atividades são encerradas às 2h. “Muitos moradores se sentem seguros por causa da movimentação. Uma mãe me disse que se sente segura quando o filho vem para cá, com os amigos, porque não precisa sair de carro”, ilustrou. A gerente do quiosque Tô Em Belle, Alessandra Ribeiro, disse que o barulho é um assunto fácil de se contornar, pois a administração entende que o estabelecimento está localizado numa área residencial, mas também chamou a atenção para a imposição do horário de fechamento. Segundo ela, encerrar o expediente mais cedo não é garantia de que a violência será reduzida. “Isso aqui é um bar, não uma igreja. Quem tem que promover a segurança é a polícia”, declarou. Nas sextas e sábados, o horário de encerramento é às 3h. Já aos domingos, por volta de meia-noite. Faturamento Para o dono da barraca do Galego, a medida pode causar uma queda no faturamento e, consequentemente, demissões. “Haverá um impacto nas vendas. Não afetará só a gente, os donos, mas também os empregados que poderão ser demitidos. Temos muito pai de família que depende, exclusivamente, do que ganha aqui”, declarou o proprietário Washington Tito Silva, 28. Presidente da Associação dos Barraqueiros do Imbuí (ABI), Regina de Alencar acredita que a mudança nos horários irá provocar uma queda de cerca de 15% no faturamento dos quiosques. Apesar da diminuição, ela acredita que a alteração no horário possa representar um ganho no relacionamento entre os comerciantes e os moradores da área. “Essas mudanças vão ajudar com relação à convivência e harmonia com a comunidade. Se o horário da gente está estendido demais e o barulho está atrapalhando, vamos reduzir”, anunciou ela, para quem as novas regras também terão impacto nos casos de violência no ambiente dos quiosques. A proprietária do bar Portal do Imbuí também apoia a fixação de horário. “Acho que estão de bom tamanho. O pessoal, incluindo meus funcionários, tem que ir para casa cedo. A cidade não oferece segurança para ninguém”, declarou Nívea Andrade, 51. Paulo Márcio Braga, 42, sócio-gerente da Dendê Light, tem opinião semelhante. “A responsabilidade da violência não é nossa, mas temos que entender que estamos numa área residencial e a gente tem que se adequar”, declarou. Moradores A maioria dos moradores consultada pelo CORREIO também considera um avanço na relação com os comerciantes. “A medida é perfeita. Quem é contra é porque não mora em frente das barracas e não sabe o que é ficar sem dormir até as 4h, sem falar nas inúmeras confusões por causa das bebedeiras”, afirmou a economista Margarida Leal, 47, moradora do condomínio Quintas do Imbuí. Também morador do residencial, o técnico em edificações Rubem Jorge de Souza Brito Filho, 30, comemora a medida, mas acredita que não resolverá a situação daqueles com o som alto dos carros. “Para isso, tem que haver uma fiscalização da prefeitura”, apontou. Clientela Entre os clientes, alguns lamentaram a mudança, que fará com que os bares fiquem abertos até, no máximo, 3h (casos das sextas, sábados e feriados). Estudante de Engenharia Química, Paulo Luís Brás, 25, acredita que boa parte da clientela vai migrar para outros locais. “Salvador está carente de ambientes como o daqui. Quem gosta da boemia, como eu e muitos conhecidos, que depois de um dia estressante precisa de uma gelada para se recompor, será obrigado a sair mais cedo ou então buscar logo outro lugar, porque beber de olho no relógio não dá”, disse o estudante, que mora no Costa Azul. Insegurança no bairro é um dos principais motivos para mudança Além das questões relacionadas ao barulho que os equipamentos de som e à própria conversação nas barracas geram, os moradores e comerciantes consideraram a questão da falta de segurança para definir os novos horários de funcionamento. Segundo o capitão Anselmo Bispo dos Santos Neto, subcomandante da 39ª CIPM (Boca do Rio / Imbuí), roubos de carro são as ocorrências mais comuns na região. “Por questão de oportunidade, esse tipo de crime ocorre. Se o criminoso tiver brecha e se a pessoa não tiver os devidos cuidados, eles agem”, afirmou o subcomandante. Foi em uma dessas tentativas de roubo a carro que, na madrugada de 1º de agosto, o administrador Felipe Rauta Cabral, 25 anos, foi morto em uma rua perto aos quiosques. Ele foi abordado por dois homens quando deixava sua amiga, a estudante Aymée Leite, no Condomínio Summertime, na Rua Alberto Fiúza. No momento da abordagem, Felipe teria se assustado e sua atitude foi interpretada pelos bandidos como uma reação. Os criminosos atiraram em Felipe, que morreu no local, e fugiram levando Aymée, que foi deixada na Estação Pirajá. Os criminosos ainda não foram identificados.
Correio24horas

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