Um falso advogado foi preso nesta segunda-feira (16) ao registrar um sequestro, do qual teria sido vítima, na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos. Diego Duarte de Jesus Bernardes, 28 anos, contou que foi abordado por quatro homens armados, quando saltava de um táxi, por volta das 23h de sexta-feira (13), no bairro de São Caetano. Em depoimento, Diego falou ainda que os criminosos circularam com ele dentro de um veículo por cerca de 25 minutos e depois o levaram a um cativeiro, onde permaneceu até ser libertado, às 4h manhã, somente de cuecas.
Sem documentos, Diego apresentou-se como defensor de Jonas de Souza Santos, 23, autor confesso do homicídio de Lucas dos Santos Lima, o “Chapolim”, 35, puxador da torcida organizada “Os Imbatíveis”, morto a tiros em abril de 2014.
Segundo a Polícia Civil, apesar de dar descrições detalhadas sobre o carro no qual foi levado e sobre as características dos quatro assaltantes, Diego caiu em contradição durante o depoimento e não soube fornecer dados como o número do registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e endereço do escritório de advocacia onde trabalharia, o que despertou a atenção dos policiais.
Para a delegada Francineide Moura, titular da DRFR, Diego inventou o sequestro apenas para justificar a suposta perda de sua carteira de identificação como advogado e ter acesso a um preso custodiado na carceragem da unidade. “Como sabia que não teria acesso ao preso se não apresentasse a identidade de advogado, ele criou a história do sequestro para justificar o roubo do documento”, explicou a delegada.
O pai do assassino de Chapolin também foi chamado à delegacia para prestar depoimento e confirmou que Diego era o advogado do filho. A família desconhecia que Diego não tinha formação nem registro profissional para atuar na área.
Autuado em flagrante por falsidade ideológica e falsa comunicação de crime, Diego será encaminhado ao Complexo Penitenciário da Mata Escura.
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