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SALVADOR

Festa em homenagem a São Roque enche as ruas da Federação

Centenas de fiéis aproveitam a data para agradecer ao santo pelas graças alcançadas e renovar as promessas. Tradicional banho de pipoca marca a festa. São Roque e Obaluaê cuidam dos enfermos

• 17/08/2012 às 11:04 • Atualizada em 03/09/2022 às 7:45 - há XX semanas

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De muletas e com a perna enfaixada, dona Edna Santos caminhava com dificuldade em direção ao Santuário de São Roque e São Lázaro, na Federação. Da devoção, as lembranças que ficaram da avó, que acendia vela para São Roque. Com o tempo, a dona de casa deixou a prática de lado, até que veio a diabetes e um acidente. “É que quando tá precisando a gente corre atrás”, revelou. As celebrações do Dia de São Roque, o padroeiro dos enfermos, tiveram início às 5h de ontem com a alvorada de fogos. Antes disso, a porta da igreja já estava lotada de pessoas que pediam cura para doenças ou agradeciam por graças alcançadas. Alguns chegaram em grupo, como a caravana organizada pela Mãe Tita, do Terreiro Ilê Axé Giocan de Boa Vista do Lobato. Há 33 anos, ela leva para a cerimônia cerca de 45 filhos do terreiro e pede pela paz e elevação espiritual de cada um. Hinos católicos eram entoados no culto enquanto manifestações da religião africana aconteciam na porta do santuário. Um dos que tomou banho de pipoca e de folhas foi o administrador Roberto Menezes, que se descreve como um católico praticante. “Que seja para o bem”, disse. O sincretismo religioso marca a festa de São Roque, Obaluaê no candomblé. Flores brancas e vermelhas - cores do orixá - enfeitavam o andor do santo. O padre Cristóvão Przycihockin, da linha dos Missionários Rendentoristas, não vê problema na união de diferentes crenças. “Todos somos filhos de Deus e nós transmitimos a mensagem do evangelho. São Lázaro e São Roque são santos que conseguiram viver esse ideal”. Vestida de branco, saia rodada, turbante na cabeça e realizando rituais do candomblé, a católica Joselita Assis estreou como baiana na celebração. Ela foi pedir pela melhora da mãe, que há 32 anos sofreu um acidente doméstico e depois de 73 cirurgias permanece debilitada. “Peço que São Roque dê forças a ela”, clama Joselita. A fé também moveu a dona de casa Cátia Costa, que foi pedir a cura de sua filha. “Ela ainda vai entrar nessa igreja andando”, disse com firmeza. Já na procissão, que ocorreu no fim da tarde, a servidora pública Anelita Oliveira, 59, era a prova das graças do santo. “Só te digo uma: se estou aqui andando hoje, é por causa de São Roque”, contou, com um ar de mistério. Para um dos padres da paróquia Cristóvão Dworak, a festa deste ano foi maior do que as celebrações anteriores. Realmente houve um aumento na quantidade de pessoas, não só hoje, mas nas segundas-feiras antes da festa”.
Além da curiosidade pela reforma na igreja, e da presença do arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, dom Murilo Krieger, que celebrou a missa das 15h, o padre também atribui o movimento a um sentimento de desproteção dos fiéis. “Sabemos que existe um problema de segurança na cidade, então, sem dúvida, as pessoas também vieram pedir proteção”, observou. Vendo do alto a procissão passar pela frente do Hospital Salvador, onde trabalha, a chefe de enfermagem Maylan Brandão, 48, também pediu proteção e mais tranquilidade. “Sempre corro pra ver a procissão. É tanta violência todo dia... a gente precisa disso”. Matéria original Correio 24h Festa em homenagem a São Roque enche as ruas da Federação

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