Um homem foi encontrado morando dentro de um dos estacionamentos do Pelourinho, devolvido ao Estado, após determinação da Justiça nesta quinta-feira (21). Robson dos Santos, conhecido como Macarrão, 44 anos, mora há quatro anos no espaço, que era administrado pela empresa Master Park, nas imediações do Teatro XVIII.“Dormia no porão, mas comecei a dormir aqui em cima porque lá é muito quente. Tenho tudo no porão. Colchão, lençol, roupa”, contou Robson. Com ele, foram encontrados copos descartáveis com urina, pus e sangue. O estacionamento era administrado pela Master Park e foi fechado para vistoria técnica do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac).
Macarrão mora há quatro anos em uma das vagas do estacionamento do Pelourinho(Foto: Lucas Rosário/Foto do leitor)
O funcionário do estacionamento Marcelo Marques não soube informar há quanto tempo Robson morava no estacionamento, e que ele apareceu um dia e se instalou no local. Segundo ele, algumas vezes os funcionários ligaram para o Samu, mas nenhum chamado foi atendido.Nesta quinta-feira (21), os servidores do Ipac ligaram para o serviço e uma ambulância do Samu esteve no local. Os médicos examinaram o morador de rua. De acordo com o médico Rafael Carneiro, Robson tem histórico de tuberculose e estava desnutrido e desidratado. Ele foi transferido para a UPA dos Barris.Um agente de proteção a menores que trabalha na mesma rua do estacionamento Ramalho Carneiro contou que Robson é usuário de drogas e circula pela área há cerca de quatro anos. Após a vistoria, o espaço vai ficar fechado para passar por reparos.Reintegração de posse
O governo do estado conseguiu a reintegração de posse de dois estacionamentos administrados pela empresa Master Park. Os estacionamentos ficam localizados no Quarteirão Cultural, entre a Baixa dos Sapateiros e a Rua Gregório de Mattos, e abaixo do Largo Pedro Arcanjo e com entrada e saída pela Rua Inácio Accioly.
Objetos de Robson ficavam guardados dentro do estacionamento(Foto: Lucas Rosário/Foto do leitor)
Os espaços vão ficar fechados por 21 dias para seja feito um levantamento das condições físicas dos imóveis, incluindo infiltrações, segurança, estrutura predial, sistema de drenagem e instalações elétricas e hidráulicas.Os dois estacionamentos estavam sendo explorados pela Master Park de forma ilegal, segundo o governo, porque o contrato de cessão dos imóveis acabou em maio de 2015. Ainda de acordo com o Ipac, a Master Park descumpriu de cláusulas do contrato, que foram detectadas em fiscalização do órgão, denúncias de usuários e até notificações do Ministério Público da Bahia (MP-BA). O MP mediou, então, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), mas que não foi cumprido pela empresa.
