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SALVADOR

Médicos deixam material cirúrgico dentro de corpo de camareira

Segundo ela, material foi deixado dentro do seu abdômen durante uma operação no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), em julho de 1996

• 11/06/2011 às 9:31 • Atualizada em 29/08/2022 às 16:39 - há XX semanas

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A camareira Iranede do Amor Divino, 41 anos, vira-se de costas e pede que a toquem próximo à coluna cervical. “Aqui, ó. Bem aqui”. O que se sente na ponta dos dedos é algo saliente, pontiagudo, sob a pele. Segundo ela, material cirúrgico deixado dentro do seu abdômen durante uma operação a que se submeteu no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), em julho de 1996. Moradora de Jacobina, a 330 quilômetros de Salvador, a mulher estaria convivendo há 15 anos com os metais dentro do corpo. Segundo ela, há bisturi, agulha, pedaços de êmbolo de seringa e de gaze. Em fevereiro de 2008, submeteu-se por conta própria a exames de Raio-X de tórax e abdômen. O laudo da Clínica Santa Bárbara registra “clips na topografia da vesícula biliar” e “clips metálicos em hipocôndrio direto”. A própria Justiça está convencida de que há objetos estranhos no corpo de Iranede e, em 2 de dezembro de 2008, o juiz da 8ª Vara da Fazenda Pública de Salvador determinou que o material fosse retirado em caráter imediato. O estado recorreu da decisão, mas, em maio deste ano, o juiz Mario Albiani Júnior estipulou multa diária no valor de R$ 3 mil por dia em caso de descumprimento.
Exames mostram peças alojadas próximas à coluna cervical de Iranede
“Não dá para entender por que o estado não faz valer o mandado judicial”, afirma a advogada Sabrina Batista, que defende Iranede. Em nota, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) informou que “são utilizados clipes metálicos de titânio para ligar a artéria e o ducto cístico” durante cirurgias de retirada de vesícula. Mas a nota não justifica porque o mandado judicial não foi cumprido. Sem condições de pagar por uma cirurgia particular, a camareira não consegue agendar uma nova operação. Nos hospitais públicos, mesmo tendo uma decisão favorável da Justiça, Iranede não é aceita. Desde a cirurgia, ela sofre com dores fortes e inchaços, além de dificuldade de movimento nas pernas. Em virtude de dores constantes na coluna, Iranede perdeu o emprego, em outubro de 1997, em um hotel. Com informações do Correio.

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