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SALVADOR

Pré-candidato, Mário Kértesz aposta em união e nega desejo de se perpetuar no poder

Em comparação com outros postulantes ao cargo, Kértesz o que tem menos a perder: ‘Não quero carreira política’

• 22/03/2012 às 10:12 • Atualizada em 06/09/2022 às 8:34 - há XX semanas

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O jeito despachado que o radialista Mário Kertész exibe em seus programas contrasta com a seriedade demonstrada quando fala sobre eleições. Na terça, um dia antes de completar 68 anos, o pré-candidato do PMDB à prefeitura de Salvador recebeu o CORREIO na sala espaçosa e bem decorada que mantém na sede do Jornal e Rádio Metrópole, onde está das 6h30 às 20h. Mesmo metido em negociações para encontrar um nome de consenso que possa encabeçar a luta da oposição contra o PT, o peemedebista deixa evidente que nada vai tirar sua tranquilidade. Grande parte dela vem da certeza velada de que, em comparação com outros postulantes ao cargo, é o que tem menos a perder. “Estou muito bem aqui”, diz, antes de falar sobre costuras e dificuldades para a união com PSDB e DEM, o histórico com os petistas e os cenários para as eleições. O que falta para a oposição se unir? Haverá mesmo essa união?Acho que ela vai se unir. Continuo acreditando e trabalhando para isso. O que falta são determinados acertos nacionais entre Democratas, PSDB e PMDB. Na realidade, a sucessão municipal aqui passa pela política nacional. Mas o prazo está cada dia mais curto. Não acredito que isso chegue ao fim de abril. Vai sair antes. O que mais se ouve na oposição são os critérios para escolha do nome. Uns falam sobre estrutura de campanha, outros citam pesquisas. Chegou a ver pesquisa com seu nome?Não, nenhuma, e nem me interesso, sinceramente. Se for entender pesquisa agora, vou estar me iludindo. Acho que pesquisa é o retrato de um momento. Se você se lembrar, na última eleição presidencial, José Serra estava com 45% e Dilma com 6%. No final, a gente viu qual foi o resultado. Na última eleição municipal, estavam disparados em primeiro lugar ACM Neto e Antonio Imbassahy. Todo mundo dizia, inclusive alguns marqueteiros, que os dois é que chegariam ao segundo turno. E, no final, quem chegou? João Henrique, que estava lá embaixo e com uma rejeição altíssima, e Walter Pinheiro, que saiu apoiado pela máquina do estado. O desenho que se vê é o PSDB e o DEM se articulando em várias praças eleitorais, apoiando e recebendo apoio mutuamente. O senhor acha possível os dois partidos marcharem juntos na Bahia sem o PMDB?Claro que é possível. Não é provável. O Democratas e o PSDB estão tentando se articular fora daqui. Em São Paulo não está tão certo assim, porque o Democratas está entre apoiar o PMDB de Gabriel Chalita e o PSDB de José Serra. Há mais de um mês, o senhor chegou a dizer que estava abandonando o barco. Recentemente, voltou à baila. Agora sua candidatura é irreversível?Irreversível não existe nada, a não ser a morte. Mas ela está posta agora, inclusive, como uma tentativa de construir uma unidade da oposição, em torno de um programa para resgatar Salvador, que se encontra no fundo do poço. Minha pré-candidatura está firme e forte, para ver se ela será aprovada pela convenção do PMDB e quais outros partidos poderão se agregar. No momento, está todo mundo conversando com todo mundo. Qual é o tom de suas conversas com o Democratas e o PSDB? Absolutamente cordiais. Mesmo porque sou amigo de todos eles. Assim como sou amigo de um possível adversário, Nelson Pelegrino. Gosto muito dele, trocamos sempre conversas. Agora mais não, já que ele está mais reservado, é claro (risos). Até o próprio governador Jaques Wagner, que tem um candidato, é meu amigo pessoal. Ajudei a elegê-lo. Ajudei Lula, trabalhei para o PT. Tenho certeza que o trabalho da Rádio Metrópole foi fundamental para a vitória deles, porque foi uma cunha que se abriu em vários momentos importantes, mostrando as fraquezas do regime vigente e permitindo que eles falassem. Lula muitas vezes veio à Bahia e só quem entrevistava ele era eu. Teremos uma eleição acirrada ou polarizada? Nesse momento, é impossível dizer. Se houver uma união da oposição, o governo vai tentar também sair unido. E aí será polarizada. Se não houver a união da oposição, será uma coisa mais pulverizada. A oposição tem mais chance de ganhar a eleição se for dividida... (Interropendo) Não, não. Eu até sou um pouco pessimista. Acho que a oposição só ganha se for unida. E tem uma coisa: não ganhando aqui, agora, pode esquecer o governo da Bahia em 2014, porque também irá dividida, como foi na última eleição, e o PT ganha de novo. Ainda que a base aliada vá rachada?(Enfático) Sim. Primeiro, porque a base aliada vai com a máquina do governo. Segundo, porque as rachaduras serão pequenas. Eles não permitirão que sejam grandes. Em um cenário de maior equilíbrio, com duas forças disputando voto a voto, o apoio do prefeito João Henrique será preponderante para a vitória?De jeito nenhum. Quem receber o apoio dele, receberá o abraço do afogado. Morre junto com ele. Nesse seu processo de retorno à política, tem alguma coisa da qual se arrepende ou que teria feito melhor?Não faria nada diferente. Porque, mais do que correta, foi uma forma sincera (de retorno). Em todos os momentos, inclusive quando mostrei minha indignação com a dificuldade das oposições se unirem, de estarem à beira do precipício e ignorá-lo, o fiz com a mais absoluta sinceridade. Veja só, estou muito bem na minha vida, não sou mais menino. Amanhã (quarta, 21 de março) faço 68 anos. Não quero voltar a ter uma carreira política. Não estou pensando em me candidatar à prefeitura, ganhar ou perder, e depois me candidatar a deputado, ou querer reeleição, querer isso ou aquilo. Não sou carreirista. Desisti da política há 20 anos. Estou muito bem aqui (na Rádio Metrópole). Consegui construir alguma coisa e contribuir politicamente pela democratização da Bahia.

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