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SALVADOR

Preço de ingredientes do caruru varia em até 522% em Salvador

O resultado da pesquisa impressiona: alguns itens chegam a custar cinco vezes mais, a depender do estabelecimento escolhido

• 25/09/2012 às 9:03 • Atualizada em 28/08/2022 às 22:40 - há XX semanas

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Azeite de dendê e castanha têm maior diferença
Está aberta a temporada de carurus na Bahia. Quinta-feira é dia de São Cosme e São Damião e, para dar uma forcinha aos devotos da tradição, o CORREIO esteve na rua ontem para pesquisar os preços dos ingredientes. O resultado da pesquisa impressiona: alguns itens chegam a custar cinco vezes mais, a depender do estabelecimento escolhido. É o caso, por exemplo, do azeite de dendê. A iguaria custa R$ 4, o litro, para os consumidores que se dispuserem a ir à Feira de São Joaquim, ser importunado por flanelinhas e pisar na lama. No entanto, para quem não abre mão do estacionamento e do ar condicionado do supermercado, a garrafinha de 200 ml sai por R$ 4,18, no Bompreço. Isso significa que, para comprar o mesmo litro da feira, o consumidor terá que desembolsar R$ 20,90. Uma opção intermediária é ir na Ceasa do Rio Vermelho, onde o litro do azeite custa R$ 7. A castanha, outro ingrediente utilizado no caruru tradicional, apresentou uma variação parecida com a do azeite de dendê: R$ 16 o quilo na Feira de São Joaquim e R$ 14,25, 180 gramas, no Bompreço (média de R$ 79, o quilo). Na Ceasa, o mesmo produto varia de R$ 22 a R$ 28. Já o quiabo, ingrediente principal do caruru, apresenta uma variação um pouco menor: R$ 5 o cento na feira e R$ 4,98 o quilo (cerca de 50 unidades) no Bompreço. Na Ceasa, o cento do quiabo custa R$ 8, mas o casal de aposentados Margarida e Aurélio Oliveira preferiu comprar por R$ 10 do lado de fora, no O Sacolão. “Aqui é mais caro, mas os quiabos são melhores”, explica seu Aurélio. Todos os anos, há 31 anos, o casal repete a mesma rotina. “A gente vem aqui no mesmo lugar, e compra 500 quiabos para o caruru de nosso filho. Fazemos isso desde o primeiro ano de vida dele”, contou seu Aurélio, enquanto escolhia os legumes. O filho dele nasceu em 26 de setembro, véspera do dia de São Cosme e São Damião. Desde então, os dois organizam um caruru numa creche, como forma de agradecimento, mesmo quando o rapaz não pode participar, como este ano. “Como é dia de semana, ele vai ter que trabalhar. Vamos fazer sem ele. Que jeito?”, conforma-se dona Margarida, que aprendeu com a sogra a preparar o caruru. “Meu caruru leva castanha, quiabo, amendoim, leite de coco, camarão...”, enumera a aposentada. O empresário Diógenes Carneiro Gonçalves também organiza um caruru para o filho todos os anos, desde que o menino nasceu, em 27 de setembro de 2005. “A gente segue a tradição. Leva para os sete meninos e depois come com a família. Este ano vou trabalhar e, pela primeira vez, não vou poder participar”, lamentou, enquanto comprava o frango na Ceasa. “Mas vamos continuar fazendo. Azar não tem dado. No fim de semana saio com ele e compenso”. Movimento Ontem, o movimento do caruru ainda estava fraco nos locais visitados pelo CORREIO. “Teve essa greve dos bancos, o pessoal está sem dinheiro para comprar. Porque aqui tem que ser tudo em espécie”, tenta explicar a feirante Leda de Jesus, que vende quiabos na Feira de São Joaquim. Segundo ela, o movimento este ano está mais fraco que nos anos anteriores. “O preço a gente não aumentou não. Tem dois meses que está esse valor”, emenda Francisco de Jesus dos Santos, vendedor do boxe ao lado. Na Ceasa, o movimento também estava fraco. “É que hoje não é dia de feira. Sábado vendi muito quiabo”, justificou o vendedor Ademar Marques, que garante que os preços este ano estão mais baixos que em 2011. “No ano passado, o cento do quiabo estava R$ 16, este ano está por R$ 8”, disse. Quanto ao Bompreço, o estabelecimento está promovendo a ‘semana do quiabo do caruru’, para tentar atrair os consumidores. Lá também é possível encontrar todos os ingredientes do caruru, alguns deles mais baratos do que na Ceasa, como o frango (R$ 5,98), o feijão-fradinho (R$ 2,98) e o gengibre (R$ 4,87), esse último com preço melhor que na Feira de São Joaquim. Quanto ao feijão-fradinho, o valor pode cair mais na feira. “Se o cliente chorar, a gente faz por R$ 1,80. Em feira sempre foi assim”, entrega o vendedor Gilmar Santos. Lá, o camarão seco varia de R$ 15 a R$ 26, a depender da qualidade do produto. “O mais caro é o de criatório, esse aqui vem junto com pó”, explica o outro vendedor, Itamar Santana. caruru pronto Para quem é fã de um caruru, mas morre de preguiça, ou não tem a mínima ideia de como se prepara um, alguns locais em Salvador vendem a iguaria já pronta. Na Gelarte, que fica na Ceasa do Rio Vermelho, 500 gramas de caruru congelado saem por R$ 18. “Serve de quatro a cinco pessoas”, diz a vendedora. No boxe da frente, que tem o sugestivo nome de O Caruru, o quilo da iguaria, também congelada, custa R$ 34. A Perini é outro local onde é possível comprar caruru pronto. Durante toda esta semana, as lojas da Pituba, Barra, Graça e Vasco da Gama terão o prato já pronto para ser consumido. Custa R$ 21,30 o quilo. O Restaurante Donana, no Rio Vermelho, é outra opção para quem não quer colocar a mão na massa. Agora se, mesmo assim, você acha que vai ficar com preguiça de lavar os pratos depois a sugestão é arranjar um vizinho ou amigo devoto de São Cosme e São Damião e dar uma de bicão na tradição alheia. Matéria original Correio 24h Preço de ingredientes do caruru varia em até 522% em Salvador

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