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Projeto de vereador tenta criminalizar atuação de flanelinhas em Salvador

Projeto pretende barrar ação de flanelinhas em Salvador através de mecanismos que tipifiquem como crime a cobrança feita nos estacionamentos em espaços públicos da cidade

• 02/04/2012 às 7:36 • Atualizada em 28/08/2022 às 10:24 - há XX semanas

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De um lado, proprietários de automóveis que se sentem vítimas cada vez que precisam estacionar nas vias de Salvador. Do outro, flanelinhas com liberdade para agir em uma cidade mal preparada para absorver os quase 750 mil veículos que se espremem na luta por um lugar em espaços públicos sem fiscalização e ordem. No meio, um vereador que pretende criminalizar a ação de guardadores clandestinos de carro na capital, mesmo que a ideia possa esbarrar na Constituição. Recentemente, o vereador Batista Neves (PMDB) apresentou à Câmara um projeto de lei para coibir a prática na cidade e iniciou a busca por apoio de colegas do parlamento. Ao mesmo tempo, vem tentando mobilizar a opinião pública em torno da proposta, Caso consiga, a atuação dos flanelinhas nas vias públicas soteropolitanas pode caminhar para o fim. “Tenho ouvido queixas de pessoas que vão estacionar os carros na cidade e têm uma dificuldade enorme. Cada lugar desses tem um grupo de proprietários, que cobram antecipadamente (pelo espaço). Há uma cobrança de forma abusiva e indevida”, destaca o vereador, que usa como principal justifica relatos dos que se dizem acuados pelos flanelinhas da cidade. Relatos que se espalham pela cidade, narrados ao CORREIO por pessoas que buscam estacionamento pelos mais diferentes motivos. Gente como a promotora de eventos Juliana Viana, 24 anos. Certa vez, conta, sentiu-se ameaçada por estar sem os R$ 2 para completar os R$ 10 exigidos pelo flanelinha. “Ele me disse que, se eu não tivesse os 10 reais, teria que retirar o carro da rua em que ele estava. Se eu não retirasse, seria muito pior”, diz. Na ocasião, Juliana foi com amigos a um show no Bahia Café Hall, na Paralela. Segundo ela, devido à falta da “taxa” pedida, acabou retirando o carro de uma rua próxima à entrada da casa de eventos. “Lá, eles cobram de acordo com o show. Se for uma banda famosa é 10 ou 20 reais. Com mulher é pior. Eles ameaçam mesmo. Ele queria os 10 reais e disse: ‘Se você não tem a grana para pagar, vai tirar o carro daqui’”, afirma a promotora, que garante ter um arranhão no carro como resultado da “conversa”. O contador Antônio Carvalho, 47, ainda exibe por onde passa as marcas de um dano provocado na porta do motorista, cuja ação é atribuída a um guardador clandestino. Ele, que costuma estacionar no Comércio a trabalho, relata que uma vez reagiu à abordagem. “O flanelinha disse que tinha uma vaga. Eu perguntei se era dele e se tinha escritura. Quando cheguei em casa, minha mulher foi quem viu as marcas. Ele deve ter batido com uma chave de fenda”, diz. Para ele, uma proposta como a de Batista Neves é necessária. “Se ele (o flanelinha) percebe que você é mais tranquilo ou que fica nervoso, ele começa a extorquir mesmo. Tem que ter uma lei para acabar (a cobrança indevida), porque eles acham que são donos”, complementa. DiscordânciaApesar dos queixas, nem todo mundo tem a mesma opinião sobre os flanelinhas. O assistente educacional José Marcelo Oliveira, 23, garante que nunca teve problemas com a ação. Pelo contrário. Ele afirma que costuma estacionar no estrangulado Comércio, no fundo de outros veículos. “Deixo o carro solto, desengrenado, e eles ajudam, ficam empurrando quando alguém precisa tirar o carro do lugar”, diz. Para outros, a questão está na inércia da administração pública. O empresário Joufrei Santos, 35, conta que teve o retrovisor quebrado ao sair de um show na avenida Paralela. Mas, opina, o prejuízo deve ser imputado à falta de fiscalização. “É um valor que a gente não tem que pagar. Mas isso acontece direto e ninguém faz nada”, destaca. Coisa que, de acordo com o teor do projeto de Batista Neves, tem solução. Segundo a proposta, caberá à prefeitura administrar o estacionamento em vias públicas.

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