Ribeira, por que você é tão bela?

Envolvida pela Baía de Todos os Santos, localizada na Cidade Baixa e famosa pelas seus pontos turísticos, a Ribeira é, sem dúvidas, um cartão postal de Salvador. Na sua orla, centenas de embarcações formam a paisagem conhecida internacionalmente através de letras de músicas e clipes. Com jeito de cidade pequena, o bairro era habitado por famílias de classe alta e até hoje belíssimos casarões dão charme ao lugar. Na enseada dos Taineiros, palco para disputas de remo, competições acontecem anualmente, levando ao bairro, dezenas de admiradores do esporte para torcer para a sua equipe. A Sorveteria da Ribeira, aberta em 1931 e localizada em frente à praia, é um dos pontos turísticos mais conhecidos de Salvador, e o programa favorito dos turistas que sofrem com o calor da cidade. Mais de 60 opções de sorvetes e sabores que só existem na Ribeira dão garantia de sucesso ao lugar. Opções de lazer é o que não falta. A Pastelaria da Ribeira, por exemplo, fica ao lado da sorveteria e também é conhecida pelas dezenas de opções de sabores. Na praça, senhores de idade se reúnem todos os dias para um bate-papo entre amigos e disputam partidas de dominó. Ainda na orla, é comum ver pessoas caminhando e praticando exercícios ou admirando a paisagem. Localização Exibir mapa ampliado História Nem os moradores sabem explicar onde começa e termina o bairro, que é envolvido pelo Bonfim, Massaranduba e Caminho de Areia. O que se sabe é que a Ribeira já foi uma grande aldeia de pescadores por causa da tranquilidade das águas, por abrigar embarcações, e ser um disputado lugar de veraneio. A Ribeira também se tornou uma marinha, pois além de ser um local de fácil acesso para os barcos, possibilita o concerto quando a maré está baixa. O nome Ribeira já diz tudo: vem de uma expressão portuguesa que significa “ancoradouro para reparação de naus“. A igreja Nossa Senhora da Penha é uma das seis igrejas construídas na Cidade Baixa, que fica na beira da praia e foi construída em 1742, pelo Arcebispo D. José Botelho de Matos. Até a Basílica do Senhor do Bonfim ficar pronto, foi a N. Sra. Da Penha que abrigou as imagens de Nosso Senhor do Bonfim e Nossa Senhora da Guia, quando vieram de Portugal em 1743. Personagens O casal de namorados Thais Oliveira, 20, e Hildon Ricardo, 25, tem a Ribeira como o lugar preferido para frequentar. Há pouco mais de um ano, o casal frequenta, pelo menos, uma vez por mês o local que marcou o início do namoro. Ela mora em São Caetano e ele, no Cabula. Apesar da distância, sempre arrumam uma forma de visitar a orla do bairro. “A Ribeira fortalece o nosso amor, toda vez que viemos aqui, lembramos da nossa história”, frisa Thais. Jazi Lima dos Santos, 64, também não mora na Ribeira, mas todos os dias vai lá para visitar os amigos de muitos anos, e é claro, jogar o velho dominó na praça. “Moro em Itinga, venho pela manhã, vou em casa para almoçar, depois volto para jogar meu dominó, todos os dias”, conta o aposentado. Sheila Barbosa, 32, é auxiliar de marketing e mora há três anos no bairro. Ela conta que apesar da paisagem, a disputa de som que acontece todo final de semana a incomoda muito. “Apesar da música, o bairro é muito tranquilo, não tem violência, e a paisagem já diz tudo. Só de sentar e olhar, já tranquiliza”. Curiosidades No bairro também já existiu um hidroporto por iniciativa de americanos, que moravam em Salvador. A missão era servir como base para aviões que faziam patrulhamento da costa baiana. O então presidente Getúlio Vargas desembarcou no Hidroporto da Ribeira em 1939, em comemoração à descoberta do primeiro poço de petróleo do Brasil, no bairro do Lobato. Vídeo [youtube 6muNFVJgVGo]