O golpe aplicado pelos donos da autoescola Master pode ultrapassar a quantia de R$ 1 milhão. Os empresários Jessé Silva Jaqueira e Sandra de Brito Barreto foram presos na manhã de terça-feira (18) sob acusação de lesar mais 1.500 alunos. Há seis meses, a Master passou a oferecer e anunciar os seus serviços com valores bem abaixo do mercado, atraindo centenas de alunos. Ao perceber que não teria condições de atender a demanda de inscrições, o casal de proprietários fechou o estabelecimento e desapareceu com o dinheiro das vítimas. Cada aluno pagou entre R$ 400 e R$ 700 por aulas práticas e teóricas, que alguns nem chegaram a cursar. De acordo com o delegado Oscar Vieira Neto, titular da Decon, Jessé e Sandra estavam foragidos há um mês. Eles foram presos em cumprimento a um mandado de prisão, quando se apresentaram na Delegacia de Defesa do Consumidor (Decon), na Rua Carlos Gomes, para prestar esclarecimentos. Segundo a Polícia Civil, o Detran e o Sindicato do segmento consideraram irregular a prática da Master em oferecer preços abaixo do mercado e chegaram a notificar a autoescola por concorrência desleal. Sandra e Jessé, no entanto, conseguiram uma liminar na Justiça que garantia a continuidade das ofertas de matrículas mais baratas pela internet por um site de compras coletivas. Outras escolas chegaram a fechar as portas por conta da impossibilidade de acompanhar os valores cobrados pelos falsários. Agendamento de aulasSem estrutura para atender imediatamente a quantidade de alunos matriculados, a direção da Master começou a agendar aulas práticas para seis meses depois da conclusão das aulas teóricas. A decisão contraria norma do Detran, que determina que as aulas práticas devem acontecer em até 60 dias. No dia 10 de dezembro do ano passado, um grupo de alunos encontrou as portas da autoescola fechadas e procurou a Decon para registrar queixa. Sandra e Jessé serão indiciados por estelionato e já estão à disposição da Justiça Criminal. Os dois passaram por exame de corpo delito no Departamento de Polícia Técnica (DPT). Jessé seguiu para a carceragem da Polinter, no Complexo dos Barris, enquanto Sandra ficará custodiada na Delegacia Especial de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente (DERRCA), em Brotas.
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