Com o feriadão, a perspectiva de muitos restaurantes, bares e casas de show de Salvador, para esta semana, era de lucro. Grande engano. A falta de água em 70 localidades da cidade, por causa de uma obra da Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa), pegou de surpresa estabelecimentos comerciais que não foram avisados diretamente do problema no abastecimento e deixaram de abrir as portas.
É o caso do Lálá Multiespaço, no Rio Vermelho, que teve de cancelar, de última hora, um aniversário que estava programado para acontecer na sexta-feira (21). O dono do bar, Luiz Ricardo Dantas, conta que não foi avisado que faltaria água. De acordo com ele, o prejuízo foi de deixar de funcionar em um dia forte, em pleno feriado de sexta-feira. "Somos um estabelecimento comercial. A gente faz programação na casa. Poderíamos ter feito um planejamento e colocar uma carta com antecedência, assim como outros bares. Mas não fomos avisados", reclama.
Para este sábado (22), a programação do local está mantida. "Já tenho um tempo hábil de comprar água mineral, de reservar água em baldes para lavar as coisas e dar algum jeito. Não posso não abrir hoje porque seria um final de semana de prejuízo", conta Luiz. Ele desabafa: "O problema da Embasa é fazer uma obra em um bairro como o Rio Vermelho e não avisar". De acordo com a Embasa, os comunicados foram feitos nas redes sociais e no site institucional e pela imprensa.
Com vida noturna fervorosa, o bairro mais boêmio da cidade foi, de fato, uma das localidades que mais teve prejuízo. Na região, o restaurante Isola dei Sapori também não abriu as portas nesta sexta-feira (21), e a situação garantiu um dia inteiro sem lucro.
Por meio do Instagram, o estabelecimento informou aos clientes acerca do problema: "Por causa da falta prolongada de abastecimento de água da Embasa, hoje (21), infelizmente, não vamos funcionar. Esperamos que amanhã (22) a situação já esteja normalizada”. Segundo a dona do estabelecimento, Silvia Mattei, a água voltou nesta manhã, e o restaurante já está funcionando normalmente, mas com horário especial à noite, como tentativa de recuperar o prejuízo.
A falta de água atinge outros estabelecimento desde a quarta-feira (19), como a Academia Bella Vita, que também fica no Rio Vermelho. Segundo o sócio João Victor Magalhães, o prejuízo para eles foi grande. Era a semana de pagamento da mensalidade e, devido à falta de abastecimento de água no local e na cidade para que os alunos pudessem tomar banho, muitos deles acabaram deixando de comparecer às aulas e, consequentemente, de efetuar o pagamento.
“Além dos alunos deixarem de vir, também tivemos prejuízo na qualidade do nosso serviço, porque nossos alunos ficaram chateados. Eles deixaram de fazer a atividade física deles e questionaram o fato de não termos tanque, que não é culpa nossa, mas da instalação", relata. Para dar descarga, lavar as mãos e fazer a limpeza da academia, os funcionários tiveram que usar a água da piscina. "É uma situação muito incômoda”, desabafa João.
Para evitar perdas, alguns estabelecimentos decidiram manter o funcionamento e recorreram a outras soluções, como o uso de copos descartáveis para servir bebidas e drinks. Foi o que aconteceu no Tropos Coworking e na Cabana da Cely, ambos no Rio Vermelho, que, na noite desta sexta-feira, adotaram essas medidas para lidar com a falta de água. Além disso, outros locais, como o Groove Bar, na Barra, também deixaram de servir alguns pratos do menu. Por conta do problema, a casa de shows serviu apenas bebidas prontas, como cerveja e refrigerante, e fechou a cozinha.
Normalização
De acordo com a Embasa, o retorno do abastecimento de água está sendo realizado desde a tarde de ontem, sexta-feira, mas não há como precisar quais ou quantos bairros já tiveram o abastecimento de água regularizado. De acordo com a empresa, isso é variável, por conta de fatores como casas sem reservatório e bairros mais altos, onde a chegada da água é dificultada, informou a Embasa. Segundo a nota divulgada ontem, o período de regularização previsto é de 48 horas.
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Redação iBahia
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