Quem precisa de ônibus para ir trabalhar ou ir até a escola vai ter que procurar uma outra alternativa na manhã desta quarta-feira (23). A greve dos rodoviários em Salvador, iniciada à 0h de hoje, deixou as principais estações de ônibus vazias, mas a população tenta a sorte em alguns pontos da cidade em busca da frota mínima de ônibus de 60% nos horários de pico, entre às 5h e 8h, e de 40% no restante dos horários, conforme foi determinado pela Justiça.
O Sindicato dos Rodoviários não garante o cumprimento da determinação da Justiça baiana por conta da greve da categoria. O presidente do sindicato, Manoel Machado, diz que existe uma intenção de cumprir, mas não há como controlar os motoristas. Em algumas regiões da cidade, motoristas clandestinos de vans e kombis e mototaxistas estão fazendo o transporte de passageiros para os principais destinos da cidade, aproveitando o desrespeito à determinação da Justiça, que exige o efetivo mínimo de ônibus circulando em Salvador. Cerca de 13 mil rodoviários aderiram à greve, e segundo a TV Bahia, o Sindicato dos Rodoviários informou que outras cidades como Feira de Santana, Juazeiro e Senhor do Bonfim também aderiram à decisão. Ainda de acordo com o sindicato, pelo meno 1 milhão de pessoas dependem do transporte coletivo em Salvador. Em uma reunião realizada nesta terça-feira (22), os empresários do Sindicato das Empresas de Transporte (Setps) ofereceram o reajuste de 4,88% contra os 13,80% pedidos pelos trabalhadores. Além do reajuste salarial de 13,80% - que corresponde à inflação do período calculada pelo DIEESE (5,37%) mais 8% de ganho real-, a categoria pede a volta do quinquênio, o fim da terceirização do serviço e a redução da jornada de trabalho de sete para seis horas. A categoria só volta a se reunir para uma nova rodada de negociações com os empresários do setor na próxima segunda-feira (28). Até lá, o movimento grevista deve continuar. Paralisações em 2011Em maio do ano passado, os rodoviários fizeram diversas paralisações em Salvador. Durante dois dias - 2 e 13 de maio -, a população enfrentou superlotação nos pontos de ônibus depois da paralisação dos rodoviários nas garagens das empresas de transporte público entre as 4 e 7 horas da manhã.
Na ocasião, a categoria pedia reajuste salarial de 18%, pagamento de tickets alimentação e folga aos finais de semana. Os rodoviários chegaram a entrar em estado de greve, mas suspenderam a paralisação após os empresários prometerem reajuste salarial de 8%, aumento de 10% no pagamento de tickets alimentação, piso mínimo para funcionários da manutenção, folga nos finais de semana, plano de saúde administrado pelas empresas a partir de 90 dias, e fim de terceirização na manutenção.
No ponto de ônibus no bairro da Piedade, população tenta efetivo mínimo |
Pontos de ônibus ficaram lotados por toda a cidade durante paralisações no ano passado |
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