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SALVADOR

Fiscalização no aeroporto leva os taxistas clandestinos para rodoviária

Ontem, o CORREIO esteve no local e testemunhou o momento que um clandestino foi abordado por policiais militares

• 27/07/2011 às 8:40 • Atualizada em 29/08/2022 às 6:14 - há XX semanas

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Com o aumento da fiscalização no aeroporto de Salvador, taxistas clandestinos estão migrando para a rodoviária. O local que já era alvo dos clandestinos passou a sofrer com o êxodo. Taxistas que trabalham no local reclamam da falta de fiscalização e dizem que os clandestinos fazem ameaças e chegam a disputar os passageiros na fila de táxi. Ontem, o CORREIO esteve no local e testemunhou o momento que um clandestino foi abordado por policiais militares. O funcionário público Marcos Oliveira da Silva foi abordado enquanto estava com o carro, um Celta de placa HCG 9906, estacionado na entrada da rodoviária. “Depois da operação do aeroporto, eles (os clandestinos) estão vindo para a rodoviária. É sempre a mesma técnica. A placa dele já era conhecida do aeroporto”, disse um PM, que não quis se identificar. Apesar de negar para o PM que estivesse fazendo transporte clandestino, o funcionário público apresentou um documento, dizendo que trabalhava na Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, mas o órgão não conseguiu confirmar se ele faz parte do quadro.
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Ele foi levado para o posto da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transporte e Comunicações da Bahia (Agerba) na rodoviária e foi notificado, com multa de R$ 2.770. Ao ser ouvido no posto, ele admitiu que oferecia o serviço a passageiros no local. “Ele mesmo confirmou que rodava no aeroporto e disse: ‘O que vier para mim, eu pego. Faço viagem para qualquer lugar’”, contou o fiscal da Agerba Onilton Abreu. Após receber a notificação, o taxista clandestino foi liberado. “Era no aeroporto e agora é aqui na rodoviária. Trabalhar aqui está dando muita dor de cabeça”, disse o taxista Edson da Hora, 61 anos. “Quando a gente quer tomar os passageiros da mão deles, eles ameaçam, dizendo que vão matar, dar tiro. Tem muito policial metido nisso”, complementou o também taxista Luís Carlos Carvalho, 67 anos, que há 20 trabalha na rodoviária. Horário Os clandestinos, segundo os taxistas, aparecem mais no início da manhã, das 6h até as 10h, e no final da tarde, das 17h até as 20h. “Hoje, de 5h da manhã até as 13h, só consegui fazer uma corrida. Depois que resolveram fazer alguma coisa no aeroporto, a situação aqui piorou”, contou o taxista Luís Carlos. Taxistas dizem que a média de espera para uma corrida na fila dos táxis cadastrados era de duas horas. Com o aumento do número de clandestinos, desde o final de junho, a espera dobrou e os taxista estão ficando até quatro horas esperando por passageiros. Na tarde de ontem, o CORREIO esteve na rodoviária e constatou que os clandestinos não estão enfrentando a mesma dificuldade. O equipador de caminhões que não quis ser identificado chegou na rodoviária por volta das 13h de ontem. Em menos de 10 minutos, ele que já trabalhou como taxista cadastrado tentou oferecer o serviço a um passageiro que saía da rodoviária, mas não teve sucesso. Apesar de admitir que trabalha como clandestino para aumentar a renda da família, o equipador disse que estava na rodoviária apenas esperando um parente. “Aproveitei o horário do almoço e fiz uma corrida. Vim trazer um cliente do ferry para a rodoviária e agora estou esperando um primo meu”, desconversou e que, poucos minutos depois, conseguiu convencer o mesmo rapaz que tinha abordado e, após colocar a bagagem no porta-malas, deixou a rodoviária. Logo depois, três homens apontados pelos taxistas como clandestinos permaneciam na entrada da rodoviária, abordando passageiros, em frente ao módulo da 1ª CIPM. “Eles fugiram do aeroporto e ficam atacando aqui. Eles só querem fazer corrida grande, para lugares distantes, como Subúrbio. Quando a corrida é pequena, eles dizem ‘olha o táxi ali’”, disse o taxista Damião Filho, 65. O major da 1ª CIPM, Nivaldo Castro de Freitas, admite que a situação piorou, após a operação de fiscalização do aeroporto. “Essa questão é antiga. Agora que o pessoal mexeu no aeroporto, muita gente migrou. Do São João para cá, a demanda aumentou e tivemos que fazer algumas intervenções”, destacou o major. “É uma questão social muito delicada, com a falta de emprego. Na medida que eles incomodam muito, a gente reprime“, acrescentou. Procurada pelo CORREIO, a assessoria da Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador não foi localizada. Problemas continuam no aeroporto“A gente continua tendo problema com os taxistas clandestinos, mas não é na mesma proporção que antes. O problema é que a Transalvador não está vindo nos finais de semana e nem nos feriados”. A reclamação é do taxista e relações públicas das cooperativas Comtas e Cometas, Reginaldo Cohin. Segundo ele, muitos clandestinos ainda circulam no aeroporto, mesmo após a operação de combate aos clandestinos iniciada no final de junho. Ainda de acordo com o taxista, os clandestinos aparecem no final da noite e durante a madrugada. “A Transalvador tem que entender que o aeroporto é internacional e funciona 24 horas. Por que a PM fica no local e a Transalvador não?”, conclui ele.

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