Médicos, enfermeiros e outros profissionais da área de saúde realizaram um protesto na manhã desta terça-feira (19) em frente ao hospital São Rafael, no bairro de São Marcos, em Salvador. Eles reivindicaram segurança depois que uma médica foi sequestrada e estuprada após deixar a unidade médica e ser rendida dentro do estacionamento Well Park, que fica em frente ao hospital. Com cartazes e faixas, os médicos alertaram para casos de violências ocorridos no local. Uma comissão formada por profissionais e integrantes do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed) foi recebida pela direção do hospital. Imagens do circuito de segurança Em nota, o São Rafael afirmou que a instituição tem oferecido o apoio necessário à médica, preservando-a de exposição. Na mesma nota, a assessoria do hospital revelou estar em contato com o Well Park para cobrar medidas que possam evitar outros casos dessa natureza no futuro.O Well Park informou que cedeu para a polícia as imagens do circuito interno de segurança do estacionamento. Ainda de acordo com o delegado, as imagens das câmeras estão sendo avaliadas pelo Departamento de Inteligência da Polícia Civil.“Elas estão sendo melhoradas para tentar ver alguns traços do autor e, a partir disso, ver se bate com o retrato da vítima”. Segundo o diretor de fiscalização do Procon, Iratan Vilas Boas, o estacionamento pode ser responsabilizado, ainda que não tenha culpa.Local do estuproO local em Águas Claras onde uma médica de 32 anos foi estuprada na última sexta-feira foi localizado pela Polícia Civil, no último domingo. De acordo com o delegado Willian Achan, titular da 10ª Delegacia (Pau da Lima), a vítima refez o percurso com os investigadores e apontou o local. Lá, foi encontrado o jaleco dela.“Temos uma equipe em campo hoje (ontem) tentando encontrar possíveis testemunhas, que seriam os moradores das redondezas. Também estamos procurando câmeras ao longo do percurso”, explicou. No início, segundo o delegado, foi difícil refazer o caminho percorrido pela vítima e pelo agressor — já que a médica é do interior do estado. Ela veio morar em Salvador para fazer faculdade e é residente no Hospital São Rafael. Da vítima, o homem levou um iPhone, um tablet e dinheiro. Achan afirmou que, diferentemente do que foi divulgado nos últimos dias, o carro da médica, um Honda Civic, não foi levado pelo agressor. “Ele fugiu a pé e a vítima ficou com o carro. Ela dirigiu até conseguir ajuda”, contou.A informação corrobora o que foi divulgado pela polícia no último domingo, de que a vítima, em depoimento, afirmou que o suspeito parecia não saber dirigir. Ela ainda o descreveu como “um homem negro, de 1,70 m de altura, boa oratória e esclarecido, demonstrando bem conhecimento geral”. O suspeito vestia jaleco em frente à unidade de saúde, por volta das 18h40 daquela noite. O suspeito entrou no carro com ela e fez com que a médica dirigisse até um matagal em Águas Claras, onde cometeu a violência sexual. Diretora do Departamento de Polícia Metropolitana, a delegada Maria Fernanda Porfírio esteve no local do estupro. Segundo ela, é uma área de vegetação fechada. “É um local de dificílimo acesso. Só alguém que conhece consegue chegar lá. É um local tenebroso, que ele certamente conhecia”, afirmou a delegada. Porfírio relata que não há nenhuma comunidade próximo ao local.
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