icone de busca
iBahia Portal de notícias
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
SALVADOR

IR: veja o melhor destino para o dinheiro da restituição

Em todo o estado, aproximadamente 107,3 mil contribuintes receberão o pagamento da Receita, uma devolução do imposto pago a mais

foto autor

16/07/2012 às 10:22 • Atualizada em 14/09/2022 às 8:49 - há XX semanas
Google News iBahia no Google News
O segundo lote de restituições do Imposto de Renda (IR) já está disponível a partir de hoje nas contas dos contribuintes contemplados na lista divulgada na semana passada pela Receita Federal. Na Bahia, o lote é considerado o maior da história. Em todo o estado, aproximadamente 107,3 mil contribuintes receberão o pagamento da Receita, uma devolução do imposto pago a mais. No total, serão devolvidos mais de R$ 121,1 milhões. O crédito varia para cada contribuinte e é depositado diretamente na conta informada na declaração do IR feita no primeiro semestre. Do total a ser creditado, a maior parte é relativa a declarações enviadas este ano (relativas aos rendimentos e deduções do ano-calendário 2011). Nesse "pacote", entram 106,3 mil contribuintes, num valor total de R$ 119,4 milhões. O valor restante é a soma de lotes residuais relativos aos exercícios de 2008 a 2011. Em todo o Brasil, serão creditados R$ 2,6 bilhões para mais de 2,4 milhões de contribuintes. DestinoEducadores e consultores financeiros sugerem que os beneficiados com a restituição do IR usem o dinheiro de forma cuidadosa, a depender do perfil em que se enquadre. Para Reinaldo Domingos, autor dos livros Terapia Financeira e Livre-se das Dívidas, o primeiro passo para saber o destino ideal do dinheiro é identificar em qual perfil você se encaixa. "Há três grupos de pessoas: os endividados, os equilibrados e os poupadores. Os endividados são os que perderam o controle das suas finanças e têm dívidas a pagar. Os equilibrados estão numa situação melhor, mas não têm dinheiro reservado e, por isso, correm risco de se endividar a qualquer momento. Por sua vez, os poupadores são os que já adquiriram o hábito de aplicar o dinheiro", classifica. Segundo ele, o melhor destino para quem está devendo é o pagamento "consciente" das dívidas. "Não adianta simplesmente pegar o dinheiro e pagar a dívida sem fazer um diagnóstico da situação financeira", avalia. Segundo ele, o ideal é aproveitar a chance do dinheiro da restituição para calcular todo o dinheiro que entra e sai da sua conta, estabelecer prioridades financeiras e fazer um orçamento. "O pagamento das dívidas deve entrar nessas prioridades, mas não deve ser a única. É preciso estabelecer outros objetivos que estimulem a poupança". Para Domingos, quem apenas paga as dívidas sem reestruturar a vida financeira pode continuar no chamado ciclo do endividamento. "Quem quiser usar o dinheiro da restituição para pagar dívidas, deve ter foco para mudar os hábitos de consumo, que são a causa de tudo. Focar apenas nas dívidas é remediar os efeitos e esquecer as causas". Por sua vez, o professor de Economia da Unifacs Luciano Lisboa destaca, no caso dos endividados, o tipo de dívida que deve ser quitada primeiro. "É importante dar prioridade ao pagamento de dívidas mais antigas, feitas em 2011, quando os juros da economia estavam mais altos, especialmente as do cartão de crédito e cheque especial, que possuem as taxas mais elevadas", recomenda. "Os financiamentos de veículos nesse período também tinham taxas altas e merecem maior atenção dos endividados". Assim como Domingos, o especialista considera a restituição uma oportunidade para quem tem muitas dívidas "mudar de vida". PouparNo caso do contribuinte equilibrado, aquele que possui as contas em dia mas não adquiriu o hábito da poupança, Domingos considera que pode ser uma boa oportunidade para criar esse hábito. "Mas até para poupar é preciso ter foco. Quem poupa deve poupar para alguma coisa, estabelecendo objetivos de curto, médio e longo prazo", adverte. "Esses prazos indicarão a melhor aplicação bancária", complementa. Para o especialista, os recursos destinados a objetivos de curto prazo (até um ano) devem ser guardados na caderneta de poupança, já que é um tipo de aplicação de fácil manuseio. Já para o objetivo de médio prazo (até 10 anos), o aplicador pode optar pelo CDB, fundos de investimento, tesouro direto ou ouro, por exemplo. Para os objetivos de longo prazo, os que tiverem conhecimento sobre o mercado financeiro e disposição para arriscar, podem escolher aplicações de renda variável e alto risco, como a bolsa de valores e o mercado de ações. Já o professor Luciano Lisboa, da Unifacs, considera que a melhor opção de aplicação para o momento são os títulos que têm rendimento vinculado à inflação, já que a expectativa do mercado é que a inflação suba. "Para quem quer guardar o dinheiro, a melhor opção de aplicação são os títulos indexados à inflação, como o CDB e os títulos do governo, como a Nota do Tesouro Nacional (NTN) e as Letras do Tesouro Nacional (LTN)", exemplifica. SorveteCom perfil poupador, o engenheiro civil Adriano Vilas Boas, de 30 anos, receberá hoje R$ 600 de restituição. Ele acha o valor muito baixo, especialmente comparando com os R$ 8 mil que recebeu no ano passado, mas mesmo assim vai guardar a quantia integralmente no banco, aplicando num fundo de renda fixa (DI). "Vou colocar para ver se rende uns R$ 10 por mês, que dá para tomar um sorvete", brinca.
O engenheiro civil Adriano Vilas Boas, de 30 anos, vai receber R$ 600 no segundo lote de restituições do IR e pretende guardar toda a quantia
Já o confeiteiro Lucas Morato vai ganhar uma quantia ainda menor. Em vez de guardar os R$ 180 recebidos no lote de restituição, ele vai fazer uma compra que já tinha planejado antes. "Vou comprar uma máquina de fazer café expresso, que custa R$ 400. Já tenho guardados os outros R$ 220, então vou complementar com essa grana da Receita", conta. Para o especialista em educação financeira da MoneyFit, Antonio De Julio, a primeira pergunta a ser feita por uma pessoa que tem dívidas é: qual precisa ser paga com mais urgência? "Já o cara que está com suas contas em dia, deve se questionar: ‘antes de receber esse dinheiro, eu tinha uma prioridade de consumo?’. Se a resposta for não, ele não tem que inventar uma", sugere. "É preciso lembrar que o dinheiro da restituição não é brinde, não é de graça, é uma quantia que você pagou e está recebendo de volta", observa. Para De Julio, é preciso analisar as prioridades com cuidado. "Ele pode investir esse dinheiro, guardar para uma viagem no fim do ano, realizar um sonho de consumo ou poupar para ter uma reserva de emergência", enumera. "Quem não reserva, acaba se endividando", alerta. Matéria original do CorreioImposto de Renda: veja o melhor destino para o dinheiro da restituição

Leia também:

Foto do autor
AUTOR

AUTOR

Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!

Acesse a comunidade
Acesse nossa comunidade do whatsapp, clique abaixo!

Tags:

Mais em Salvador