"Ele não matou uma pessoa, matou uma família". A frase é da mulher de José Carlos Cardoso da Silva, 62 anos, aposentado morto durante um assalto a ônibus. O corpo dele foi sepultado na tarde desta sexta-feira (3) no Cemitério Campo Santo. Familiares e amigos se emocionaram na despedida de José Carlos, que foi morto por um ladrão quando reagiu a um assalto. Ele havia sacado R$ 8 mil na manhã do dia do crime. Segundo o delegado José Nelis, o valor foi encontrado com ele após o crime.
Segundo a esposa de José Carlos, que prefere não se identificar, o dinheiro era referente a uma rescisão. José Carlos sacou o valor em um Caixa na Pituba e depois seguiu para Lauro de Freitas, onde era sua agência, para tentar negociar o pagamento parcial de um empréstimo de R$ 10 mil. A esposa não sabe detalhar o que aconteceu, mas José Carlos não conseguiu chegar a um acordo. Ainda com o dinheiro, ele foi de ônibus até Itapuã, onde mudou de coletivo para seguir até o Comércio. Lá, iria resolver algumas pendências com relação à sua aposentadoria - ele tinha apenas uma semana aposentado. Do Comércio, ele pegou o ônibus que seguiria para o Vale das Pedrinhas. Morador de Santa Cruz, ele ainda iria encontrar a mulher em Daniel Lisboa - o casal vivia em casas separadas. A mulher contou que chegou a pedir para José Carlos aguardar para que ela fosse com ele no banco sacar, mas ele não quis esperar. Ela falou com o marido pela última vez às 13h, quando ele ainda estava com os R$ 8 mil. Ela conta que José Carlos era explosivo, mas acredita que ele reagiu porque achou que conseguiria dominar o ladrão, que era franzino e aparentava ser adolescente. "Acho que ele não viu o homem armado". O bandido que estava próximo ao motorista era o único com uma arma e ao ver o aposentado brigando com o comparsa se aproximou e atirou nas costas de José Carlos.
O aposentado deixa ainda cinco filhos, além da mãe, de quem era muito próximo e a quem acompanhava em sessões de fisioterapia - ao contrário do informado ontem, ele não tinha problema físico na perna e apenas levava a mãe para fazer exercícios. A mulher de José Carlos diz que a família está destruída, "principalmente a mãe dele, ele e a mãe eram muito próximos". Ela lamenta: "Ele se cuidava tanto, tinha tanto cuidado com a diabetes e a pressão alta e acabou morrendo por um tiro". O Grupo Especial de Repressão a Roubos em Coletivos (Gerrc) investiga o caso.
(Foto: Almiro Lopes/CORREIO) |
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Redação iBahia
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