Não é só de protestos que é feita a Mudança do Garcia. O tradicional bloco sem cordas que sai do bairro que lhe dá nome sempre na segunda-feira de Carnaval e segue em direção ao Campo Grande também esbanja criatividade, irreverência e alegria no circuito Osmar (Campo Grande). Neste ano, os temas das reivindicações foram diversas e o clima de protesto se misturou com a atmosfera carnavalesca. A educação pública teve o seu espaço nos protestos. Segurando uma faixa com os dizeres "Educação na Bahia em luta e em luto", professores pediram, por exemplo, 10% do PIB para a educação e se posicionaram contra a terceirização de serviços. Além da educação, na Mudança também houve queixas em relação aos politicos de uma forma geral, opiniões contrárias em relação à transposição do rio São Francisco e reclamações sobre a saúde.
Além dos protestos, chamaram a atenção as fantasias criativas e a farra do público de todas as idades e de diversos bairros da capital baiana. Bebeto Juazeiro fez uma homenagem ao cantor Wando e desfilou na Mudança procurando a dona de um "calçolão". "Eu ainda não achei, mas vou encontrar", disse confiante. Já Gilmar Silva dos Santos foi vestido de deputado do povo. Com uma lista feita com dez propostas para ser um deputado popular, o objetivo do morador da Federação foi ensinar os deputados "como ser um verdadeiro deputado do povo" e a não fazer lavagem de dinheiro. Arilson e Deibson saíram no bloco Voluntários do Matatu. Deibson, morador de Brotas, do Vale do Matatu,contou ao iBahia que participa da Mudança há 14 anos. "A gente vem sempre protestar contra tudo que não presta", relatou o folião, dando como exemplo a segurança no bairro de Brotas e o sistema de ônibus. Confira galeria de fotos (Fotos: Camila Queiroz/iBahia)
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