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SALVADOR

Oitenta ônibus deixam a Tancredo Neves e vão contornar shopping

Segundo a Transalvador, novo percurso vai contornar shopping antes de seguir para Paralela ou Rodoviária

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30/07/2013 às 8:31 • Atualizada em 26/08/2022 às 23:34 - há XX semanas
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Chegar atrasado para a entrevista de emprego não é um bom sinal. Mas quando o escritório da empresa fica na avenida com a maior circulação de ônibus por hora da cidade, cumprir o horário nem sempre é possível. É o caso de quem tem pelo caminho a Avenida Tancredo Neves. De ônibus, atravessar os 4,5 quilômetros da avenida pode consumir de 20 a 30 minutos. De carro, a travessia varia, em horários de pico, de 15 a 17 minutos, segundo o diretor de trânsito da Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador), Marcelo Corrêa.
Em horários de pico, a Avenida Tancredo Neves recebe cerca de 400 ônibus por hora – 16 a cada 5 minutos
Lá, até o dono da empresa de recursos humanos já está acostumado aos atrasos, e compreende. Ele próprio, o empresário Augusto Monteiro, só deixa o escritório depois das 19h30, por conta dos engarrafamentos. “Quando eu cheguei, em 2004, engarrafava nos horários de pico. Hoje, o trânsito é caótico a qualquer hora do dia”, avaliou. Cansado dos transtornos, ele considera positiva a medida que vai tirar de circulação na avenida, dentro de um mês, cerca de 80 ônibus por hora. Atualmente, a cada hora, nos momentos de maior fluxo, a Tancredo Neves recebe cerca de 400 ônibus — pelo menos 16 a cada cinco minutos. Novo trajetoEm breve, os coletivos que saem da região do Iguatemi e passam pela rua Marcos Freire (próximo à Tend Tudo), não vão mais entrar na Avenida Tancredo Neves. “Os ônibus vão passar por um acesso que estamos construindo ao lado da Tend Tudo. Depois pela Alameda Salvador, contornam o shopping, passam em frente ao Salvador Prime, pegam o cotovelo e de lá a Paralela ou seguem para a rodoviária”, explicou Corrêa. A medida preocupa quem depende do transporte público e trabalha na região. De acordo com o diretor-superintendente da Associação Empresarial Tancredo Neves (AETN), Luiz Walter Coelho Filho, cerca de 50 mil pessoas trabalham por lá. “Creio que vai ajudar (a retirada de 20% dos ônibus por hora) porque vai diminuir o fluxo. Mas a população que depende de ônibus vai ter que andar mais”, lamenta o frentista Raimundo Moacir de Almeida, 34. De acordo com a Transalvador, pontos de ônibus serão criados ou vão mudar de lugar. O órgão, no entanto, não precisou as alterações. A expectativa é melhorar a fluidez na via. “É difícil mensurar o tempo (a ser economizado), mas a fluidez vai melhorar muito”, disse o superintendente da Transalvador, Fabrizzio Muller. Ele lembrou que, além da quantidade de veículos, os coletivos “atravessam” a pista duas vezes, fazendo duas “tesouras” até sair na via de acesso ao Hospital Sarah.
ValorizaçãoCoelho Filho, da AETN, explica que a avenida começou a borbulhar como um potencial “coração da cidade” a partir do final da década de 1980, apesar de a avenida ter sido construída em meados dos anos 1970. Nessa época, não havia, em Salvador, lugares com loteamento disponível à instalação de empreendimentos comerciais. “Em 1984, foi feito o Loteamento Empresarial Metropolitano. Naquela época, você tinha a Cidadela e o Itaigara, mas nenhum deles se tornou centro porque não tinha disponibilidade de lotes”, disse. Em poucos anos, a Avenida Tancredo Neves se transformou em coração comercial e financeiro de Salvador. Ao longo da via, há agências de quase todos os bancos em operação na cidade, empresas de comunicação, gráficas, escritórios de advocacia, clínicas, academias, lojas de produtos e serviços, além de hotéis, teatros e shoppings. São 9.049 unidades imobiliárias — 5.789 salas comerciais, 878 apartamentos residenciais, 743 lojas e outros empreendimentos — que garantem à prefeitura R$ 20 milhões por ano somente em IPTU, segundo levantamento da Associação Empresarial Tancredo Neves. Valorizada, especialmente para a instalação de escritórios, a área detém hoje um dos metros quadrados mais caros da cidade. Status“Em 2010, eu paguei R$ 3,9 mil pelo metro quadrado. Hoje, está em torno de R$ 6,5 mil a R$ 7 mil”, disse o empresário José Roberto Pastorie. Segundo ele, empresas com escritórios nacionais exigem que as filiais se instalem em lugares diferenciados, como a Tancredo Neves. “Estar na Avenida Tancredo Neves, por si só, já é um sinal de status. É um reinvestimento. Se eu sair daqui e colocar meu escritório em outro lugar, perco o negócio”, afirmou. A chegada, em 2007, do Salvador Shopping fez aflorar a vocação do lugar para comércio e serviço. “O movimento tem sido crescente e esse crescimento é o que a gente chama de economia de aglomeração. À medida que chega uma empresa, outras são chegando”, explicou o empresário Augusto Monteiro. Segundo ele, de 2004 para cá, o volume de empreendimentos no local triplicou, especialmente por conta da especulação imobiliária e a oferta de novos serviços. De acordo com Monteiro, a tendência é que os investimentos continuem a chegar. “Daqui a cinco anos, no máximo, isso aqui vai estar cheio de prédios novos”, disse. Para ele, a configuração da Tancredo Neves deverá se estender até as avenidas Paralela e Magalhães Neto, em razão da proximidade. “A vocação natural da Avenida Tancredo Neves é o comércio, os serviços e a área financeira”, explicou. Colaborou Gil Santos. Paulo VI: começam na próxima semana obras para pista exclusivaNa próxima semana começam as obras para alteração do tráfego na Avenida Paulo VI, na Pituba, que devem durar todo o mês de agosto. Depois de concluído o processo, uma das pistas que segue em direção à orla se tornará exclusiva para ônibus. “Esperamos ter ganhos operacionais. Vai alterar o cotidiano das pessoas, mas esperamos contar com a compreensão”, disse o diretor de trânsito da Transalvador, Marcelo Corrêa. Também está em andamento o projeto de criação da quinta faixa nos trechos mais largos da Avenida Paralela. De acordo com Corrêa, o projeto geométrico básico foi concluído na segunda semana de julho, mas ainda falta concluir os projetos executivo e de estrutura viária. Nesse último, será feito o cálculo de pavimentação, cortes, aterros. “A nossa parte, a Transalvador está se empenhando para viabilizar até o dia 10 de agosto”, disse Corrêa. No entanto, ainda não há previsão de quando a quinta pista estará pronta. Inversão do fluxo na Rua Chile e semáforos confundem motoristasIniciada no sábado passado, a inversão do fluxo na Rua Chile teve ontem o seu primeiro teste em um dia útil. As mudanças confundiram boa parte dos motoristas. O lugar ganhou duas sinaleiras na altura da Rua do Tesouro. Além das mudanças no fluxo, nos primeiros dias, os pontos de ônibus irão funcionar ao longo da via. O auxiliar administrativo Helmut Araújo, 26, ficou confuso. “Ficou muito estranho. Às vezes eu venho trabalhar de moto, vai ficar complicado”, disse. Ele cobrou que a prefeitura explicasse o motivo da mudança. Segundo Marcelo Corrêa, diretor de Trânsito da Transalvador, “o propósito é fazer com que os veículos entrem nas ruas de maior capacidade viária”. De acordo com o fiscal Amilton Araújo, o maior problema ocorreu próximo às sinaleiras. Por conta das paradas obrigatórias, as retenções alcançaram cerca de 200 metros. Para Amilton, a lentidão foi provocada principalmente pelas dúvidas dos condutores. “A cada dez, sete param para perguntar. Alguns já entraram na contramão, mas a gente orientou e eles voltaram”. O também fiscal Valter Saback disse que o momento é de ter paciência. “Tem a questão do hábito. Vai demorar um pouco para o pessoal se acostumar”, disse. Matéria original do Correio Oitenta ônibus deixam a Tancredo Neves e vão contornar shopping; veja como fica

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