A Universidade Federal da Bahia (Ufba) anunciou uma série de medidas de redução de custo para o ano letivo de 2015, devido à diminuição em mais de R$ 100 milhões do seu orçamento de custeio e no atraso do pagamento de contas em até três meses. Em uma carta destinada à comunidade acadêmica, a instituição informou que enfrenta dificuldades na manutenção das atividades desde o final do ano passado. Segundo a Ufba, enquanto a Lei Orçamentária não é aprovada, o repasse de recursos pelo Ministério da Educação (MEC) foi reduzido em um terço do montante original. Essa situação deve continuar ao longo de todo o ano, inclusive porque a instituição diz ter passado por um “expressivo déficit” em 2014 – embora a assessoria não tenha informado o valor desse prejuízo.
Por conta disso, a instituição também admitiu que está com o pagamento de serviços terceirizados, de manutenção e outros contratos atrasados em até três meses. Na prática, na Ufba, o que será restringido é o orçamento de custeio – custos operacionais da universidade, que incluem desde o pagamento de contas de água, energia e empresas terceirizadas até a compra de papel higiênico para os banheiros. Segundo a assessoria, o orçamento de custeio da Ufba seria, para 2015, R$ 310 milhões. Agora, a ordem é racionalizar o consumo de água, telefone e energia. Além disso, a concessão de passagens, diárias e hospedagens foi suspensa: segundo a carta, a recomendação é que se use serviço de teleconferência. Para completar, contratos de serviços terceirizados podem ser diminuídos em até 25%. Hoje, a Ufba contrata 47 empresas e conta com 2.061 funcionários terceirizados. Entre eles estão incluídos prestadores de serviços de limpeza, segurança patrimonial, manutenção, portaria e recepção. O gasto com esses credores chega a R$ 5,8 milhões por mês. Ainda assim, segundo a assessoria da Ufba, nenhum contrato deve ser encerrado.Segundo o reitor, João Carlos Salles, apesar dos cortes, todas as condições essenciais de ensino, pesquisa e extensão serão garantidas. “Estamos responsavelmente arrumando a casa. Precisamos disso para pagar todas as contas”, afirmou Salles, que ainda garantiu que a universidade não ficará sem energia. “Muita gente tem falado disso e há atraso (de pagamento) na Coelba, mas não há risco de corte de luz”. Através da assessoria, a Coelba confirmou que está em processo de negociação da dívida com a Ufba.A Oi, responsável pela telefonia, e a Embasa não comentaram o caso por se tratar de informações de um cliente. Já o grupo MAP, responsável pela segurança e vigilância dos campi, informou que a dívida da Ufba já chega a R$ 8 milhões — ao longo de quatro meses. A empresa informou que aguarda o pagamento com juros de 0,5% ao mês, como previsto em contrato, e que os cerca de 500 funcionários estão recebendo o salário. Professores ouvidos pelo CORREIO revelaram que já se preparam para a economia de recursos. Na Escola de Medicina Veterinária, o diretor Antônio de Lisboa diz que o atraso já impactou a manutenção predial. “Esses cortes serão muito difíceis. Principalmente em unidades que trabalham com aulas práticas e viagens, como a nossa”. O coordenador de formação política do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Cícero Cotrim, diz que a preocupação dos discentes é que o corte nas verbas não seja sentido na assistência estudantil. Por meio da assessoria, a universidade garantiu que não haverá alterações em relação à assistência estudantil.
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