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Para desocupar conjunto do 'Minha Casa', famílias querem garantia

Não sorteadas, famílias invadem conjunto para cobrar agilidade em Fazenda Grande IV

• 20/02/2013 às 8:01 • Atualizada em 31/08/2022 às 3:53 - há XX semanas

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O Condomínio Maria de Lourdes, em Fazenda Grande IV, virou palco de uma disputa pela casa própria. O conjunto habitacional do Minha Casa, Minha Vida está ocupado desde domingo por cerca de 200 famílias que se inscreveram no programa do governo federal, mas, como ainda não foram contempladas, resolveram agir por conta própria. Mais de 1.200 pessoas invadiram o local há quatro dias. Até a noite de ontem, aproximadamente 600 permaneciam nos apartamentos, de acordo com o major César Bonfim, da 3ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Cajazeiras). A PM foi acionada pela Caixa Econômica Federal (CEF), responsável pelo programa, e faz o cerco do local desde domingo, impedindo a entrada de mantimentos. Os policiais também não permitem que as pessoas que saem do condomínio retornem. “Saindo, não pode voltar mais. A estratégia é evitar que mais pessoas entrem para violar o patrimônio”, disse o major Bonfim. Terça, houve tumulto no começo da tarde após um homem tentar entrar no condomínio por um beco lateral para levar comida aos ocupantes. “Esse foi o momento mais nervoso”, afirmou o major. Segundo Iara Brito, 46 anos, líder das famílias que estão no local, todos que participaram da invasão estão cadastrados no programa de habitação e ainda não obtiveram retorno. “Sabemos que estamos errados, mas queremos um posicionamento da Caixa. Só queremos uma casa. Aqui (o condomínio) está há mais de dois anos fechado e, como as chaves estavam nas portas, fomos entrando”, afirmou. As famílias afirmam que só sairão dos prédios quando obtiverem um posicionamento sobre sua situação. EsperaAs famílias contempladas com os 275 apartamentos do condomínio já foram escolhidas e, de acordo com a Secretaria Municipal de Infraestrutura, Habitação e Defesa Civil (Sindec), participaram do sorteio dos números de portas de suas residências no início deste mês. Ainda segundo a Sindec, as famílias receberiam os imóveis dois meses depois do sorteio. O major César Bonfim afirmou que a vistoria dos apartamentos com as famílias contempladas pelo programa seria realizada anteontem, quando os proprietários de direito foram ao local e chegaram a discutir com o grupo que invadiu o condomínio. Na noite anterior, eles protestaram na Estrada do Coqueiro Grande, perto do condomínio. Não houve embate com a polícia desde domingo.
Segundo os moradores, a polícia fechou a saída do conjunto e não permite a saída dos invasores (Foto: Enderson Araújo)
Com quatro viaturas e 21 policiais, o major espera ordem judicial para executar a reintegração de posse. “A gente está esperando que não demore, porque estamos sozinhos. A Caixa e a Conder (órgão estadual responsável pela construção dos prédios) não se manifestaram até então”. Procurada pelo CORREIO, a CEF informou que permanece esperando a reintegração ser oficializada pela Justiça. Negociação A representante do Núcleo Fundiário da Defensoria Pública do Estado, Melisa Teixeira, se reuniu ontem com o major para tentar a permissão da entrada de mantimentos para as famílias. “Fomos procurados hoje (terça) no final da manhã por eles (ocupantes) para buscar uma mediação com o major. Vamos mediar para que permitam a entrada de roupa e comida”, disse Melisa. Até as 22h de ontem, a negociação não havia terminado. Melissa afirmou que a Defensoria pretende se reunir ainda hoje com os órgãos responsáveis para dar um retorno às famílias cadastradas no Minha Casa, Minha Vida. “Eles fizeram isso para chamar a atenção do poder público”. Para ela, até o final da semana, o caso deverá ser solucionado. Garantia da casa própriaA líder das famílias que ocuparam o condomínio Maria de Lourdes, Iara Brito, disse que os ocupantes vivem de aluguel ou em barracos. “Com um lugar pra ir, vamos sair daqui de boa. Mas não adianta tirar daqui e botar em um aluguel. Não tenho dinheiro pra pagar”, disse a ambulante Fabiana Brandão, 27, inscrita há mais de dois anos no Minha Casa, Minha Vida. O porteiro Nivaldo Neto, 35, que está vivendo na ocupação do Golf Club, perto do condomínio, também invadiu um apartamento no domingo, com a mulher e o filho. “Não quero morar de graça e tomar o que é dos outros. Se eu tivesse situação de comprar não submeteria meu filho a isso, mas o banco não libera (o empréstimo)”, disse. Na tarde de ontem, Nivaldo contou que a esposa saiu para trabalhar e não pode voltar para o condomínio. “Eles (os policiais) não deixaram ela voltar e não tenho mais o que dar para meu filho comer”. Matéria original do Correio Para desocupar conjunto do 'Minha Casa', famílias querem garantia de casa própria

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