Após ser chamado de “traidor” por membros que não aceitaram o acordo fechado por ele com a prefeitura e o sindicato patronal, o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira disse que vai negociar com os patrões, e aderir às reivindicações dos rodoviários. Acompanhe tudo sobre a greve dos rodoviários em tempo real Na manhã desta terça-feira (27) foram realizadas reuniões entre membros do Sindicato dos Rodoviários, onde resolveram recuar e conversar com os trabalhadores parados. Segundo Fábio Primo, vice-presidente do sindicato, toda a diretoria foi para o Sinergia. Lá, eles vão iniciar uma conversa com a categoria, que cruzou os braços na manhã de hoje. A medida, segundo Primo, visa resolver o impasse entre os trabalhadores e o sindicato, que já aceitou a proposta e havia desistido da greve. "A cidade não pode estar pagando pelo erro de uma minoria. Estamos indo conversar com a categoria. Lá vamos tirar todas as dúvidas e tomar uma decisão coerente que contemple a todos", explicou. Apesar das denúncias de alguns trabalhadores acerca da votação durante a assembleia que aconteceu na segunda-feira (26), o vice-presidente do sindicato dos rodoviários segue firme e esclarece que a votação aconteceu. "O trabalhador pode estar equivocado. A assembleia aconteceu sim e os trabalhadores votaram aceitando a proposta, que é muito boa. Foram 9% de aumento e redução da jornada de trabalho". Caso os trabalhadores não concordem com a proposta feita pelos patrões, Fábio Primo confirmou que o sindicato pode aderir ao movimento. "Se a greve tiver de continuar, vai continuar. Ainda vamos negociar".
Votação - Centenas de motoristas e cobradores aguardavam o início da assembleia no Sinergia, desde as 13h desta segunda (26), e criticaram o acordo feito pelo sindicato da categoria com o Setps, que reúne as empresas de ônibus. “Fomos procurar saber da assembleia e nos deparamos com um muro de segurança, colocados lá para pais de famílias, ordeiros. Foi vergonhoso ver Hélio saindo rodeado de seguranças para dentro do carro, sem dar satisfação. Soubemos do acordo que foi feito sem termos aceito pela imprensa”, conta Carlos Alberto, da Barramar. A cena narrada por ele é considerada, pelo grupo dissidente, como o estopim da paralisação de ontem. No início da noite, dois representantes de cada empresa se reuniram com o secretário Municipal de Transporte, Fábio Mota, e o superintendente da Transalvador, Fabrizzio Muller. Para Mota, ficou claro que o problema central foi de comunicação entre o sindicato e a classe, no repasse das vantagens do acordo firmado. “Como em toda negociação, há ganhos, mas tem que ceder em algum ponto. Os rodoviários conseguiram o maior aumento da categoria no Nordeste. Nossa proposta é que se instale uma mesa permanente de negociação quanto ao ticket. O que não pode é a população sofrer com questões internas do sindicato”, declarou à categoria. No meio da reunião de negociação com a prefeitura, Hélio Ferreira chegou acompanhado do advogado do sindicato. Ouviu palavras duras dos rodoviários. Eles exigiam que a decisão da greve deveria ser tomada em conjunto. “Conseguimos 9%, mas a questão vai parar no Tribunal e lá não vão dar mais de 7%. Não é questão só de iniciar a greve, é ter peito para terminar”, argumentava Gervasio Firmo, advogado do sindicato.“É triste ter tomado a melhor decisão para a categoria e ser recebido assim”, declarou Hélio. A SRTE foi responsável pela formulação da proposta aprovada pelo sindicato e negada pela categoria.Matéria original do Correio Chamado de traidor, rodoviários dissidentes pedem renúncia de presidente do sindicato
Rodoviários dissidentes pedem renúncia de presidente do sindicato (Foto: Juarez Soares) |
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