Segunda maior baía do mundo e maior do Brasil, berço aquático de enorme potencial natural para as indústrias naval, portuária e turística. Apesar de todas essas características definirem a Baía de Todos os Santos aos olhos dos empresários e gestores públicos baianos, muitos deles reconhecem que todo esse potencial está subaproveitado. Essa foi a mensagem deixada na noite de ontem em encontro entre as iniciativas pública e privada para discutir o futuro da baía, realizado na sede da Associação Comercial da Bahia (ACB), no Comércio. Na ocasião, o secretário do Planejamento, José Sérgio Gabrielli, anunciou que investimentos de mais de R$ 15 bilhões estão previstos para obras nos municípios que compõem a baía, mas admitiu a necessidade de aproveitá-la melhor. “A Baía de Todos os Santos está um pouco desconectada dos setores que vão ter o maior volume de investimento no estado da Bahia nos próximos anos”, admitiu.
Entre as obras anunciadas pelo governo para buscar soluções estão a ponte Salvador-Itaparica, que custará R$ 7,5 bilhões, mas com previsão de ser licitada só em 2014 e sem recursos disponíveis. “Causa estranheza que 50% do previsto para a região seja destinado a uma ponte sem resultados”, criticou o diretor da Associação Comercial da Bahia e empresário da EADI Empório, empresa do setor de logística, Joaquim Souza. “Seria muito mais interessante construir vias no entorno da baía para dinamizar o Recôncavo, que está esquecido”, sugeriu. Souza ainda critica o fato de não haver a previsão de investimentos em hidrovias. “Com o Rio São Francisco no nosso estado, fico perplexo em saber que não se planeja investir no modal melhor e mais barato”. Entre os investimentos previstos pelo governo também estão reformas nos portos públicos de Salvador e Aratu, hoje defasados. “Apesar do grande potencial da baía, os portos públicos não atendem à demanda da iniciativa privada”, criticou o diretor executivo da Associação de Usuários dos Portos Públicos da Bahia (Usuport), Paulo Villa. Um porta-voz da Seplan informou que obras para melhorar os portos já estão em andamento e defendeu a Ponte Salvador-Itaparica, argumentando que é a solução mais viável de três pontos de vista: ambiental, urbanístico e logístico.
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