Na semana passada esta coluna trouxe informações sobre alguns eventos de empreendedorismo que estão programados para o segundo semestre deste ano, dentre eles o Startup Weekend Salvador, Prêmio Santander de Empreendedorismo, Desafio Brasil e Feira do Empreendedor. Naquela oportunidade foi destacado o crescimento das startups no âmbito do empreendedorismo tecnológico, tema a respeito do qual fui convidado para escrever hoje. Startup é uma empresa que entrega à sociedade uma proposta de valor inovadora, centrada em um produto, serviço ou modelo de negócio inovador. Geralmente associa-se à área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) pela capacidade que os seus subprodutos, notadamente os baseados em internet e aplicativos tem para tornarem-se escaláveis (um rápido crescimento de mercado) em um curto espaço de tempo e com baixos custos de expansão. No Brasil, segundo estatísticas da Associação Brasileira de Startups, existem 2305 empreendimentos desta natureza. São Paulo é o estado que concentra a maior quantidade de iniciativas (593), seguido por Minas Gerais (168) e Rio de Janeiro (167). A Bahia aparece com apenas 33 iniciativas no cômputo geral. Ainda segundo a mesma fonte, os segmentos da área de TIC que se destacam em número de negócios são o de redes sociais, E-commerce, mobile, geração de conteúdo e mídia. O número crescente de eventos sobre startups e capital de risco é um reflexo de que o mercado brasileiro de internet segue evoluindo com rapidez, exigindo mais agilidade na criação de startups, principalmente quando as empresas ainda estão na fase de lapidação do modelo de negócios. Hoje, mais do que nunca, uma startup não pode se dar ao luxo de perder tempo com um modelo que não encaixa na demanda do mercado. Mas o que fazer quando se tem uma boa ideia na cabeça e a vontade de enveredar por esse caminho do empreendedorismo tecnológico?
A saída para grande parte das startups quando se encontram em um estágio inicial ou de validação do negócio é buscar experiência e apoio. Isso leva as empresas a recorrerem às aceleradoras de startups, incubadoras de empresas, investidores anjos, dentre outros, que podem oferecer mentoring, apoio de gestão, consultorias, networking e pequenos investimentos, em geral o suficiente para prototipar ou lançar o conceito no mercado, bem como validar as premissas do modelo de negócio. Mas vamos com calma, afinal o que é e o que faz cada uma destas estruturas de apoio? Tanto as aceleradoras como as incubadoras são concebidas para apoiar negócios nascentes, a diferença e que as primeiras possuem capital privado enquanto as incubadoras se utilizam de verbas públicas oriundas de editais e, muito frequentemente, estão atreladas a universidades e/ou centros de pesquisa. As incubadoras normalmente apoiam empreendimentos voltados para áreas consideradas prioritárias para o desenvolvimento científico, tecnológico e econômico da região em que se inserem. Já as aceleradoras, apoiam as iniciativas em troca de uma participação acionária, ou seja, além da consultoria, o empreendedor obtém uma fonte de financiamento para sua startup. Já que tocamos na questão do financiamento, precisamos apresentar a figura do investidor-anjo que, normalmente, é um empresário ou executivo de sucesso que aloca recursos próprios, isoladamente ou em conjunto com outros investidores, em novas empresas que acreditam ter grande potencial de sucesso. Em alguns casos as aceleradoras podem ser conduzidas por investidores-anjo que, também, costumam ser encontrados em eventos de empreendedorismo como os divulgados nesta coluna. Nestas oportunidades, eles assistem às apresentações dos empreendedores, primeiro contato que pode ser decisivo para a trajetória da startup. Apesar disto tudo, a concorrência é grande e a dificuldade na obtenção de financiamento pelas startups é uma crítica sempre apontada pelos empreendedores. Mas, quando se avalia o número de acelerados, o crescimento do número de investidores-anjo, das empresas de Venture Capital atuando no Brasil e o volume de recursos destinados às empresas pela FINEP ou pela FAPESB, percebe-se que este cenário vem melhorando significativamente.
Na Bahia, segundo a Associação Brasileira de Startups, existem 2 investidores –anjo e 1 aceleradora cadastrada. Já no que tange às incubadoras, há, em nosso estado, um leque variado de incubadoras de base tecnológica: Inovapoli, o Centro de Empresas Nascentes (CENA), Incubadora de Negócios UNIFACS, Áity - Incubadora do Parque Tecnológico da Bahia, iBAtec – Incubadora de Base Tecnológica Senai/Cimatec, e a Incubatec que localiza-se em Camaçari. Segundo o coordenador da incubadora de negócios da Unifacs, Prof. Marcelo Dultra que escreveu esta coluna em conjunto comigo, para fazer um novo negócio decolar, uma incubadora dispõe de diversas ferramentas que auxiliam no desenvolvimento de projetos e ideias inovadoras. Um dos principais aliados é o acompanhamento constante da empresa incubada por professores e profissionais experientes em consultoria, empreendedorismo e inovação. Na incubadora da Unifacs, por exemplo, o processo abrange a elaboração do plano de negócio e a orientação, além de reuniões para avaliação de desempenho e feedback. A difusão de conhecimento também se dá com a realização de palestras e workshops voltados para áreas-chave de gestão, promovidos pela incubadora e por parceiros. Então, se empreendedorismo é o seu caminho, saia da inércia e procure se informar. O momento é este e nunca houve tantas condições para empreender quanto agora. Frequente os eventos e se aproxime mais das incubadoras, esse lugar onde é possível mesclar o dia a dia do mundo dos negócios com a atmosfera inovadora e estrutura de pesquisa acadêmica das universidades.
No Brasil, segundo estatísticas da Associação Brasileira de Startups, existem 2305 empreendimentos desta natureza |
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"Startup é uma empresa que entrega à sociedade uma proposta de valor inovadora, centrada em um produto, serviço ou modelo de negócio inovador" |
Profa. Dra. Carolina Spinola |
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