Conforme prometido na noite da quinta-feira (14), Salvador amanheceu sem ônibus nesta sexta-feira (15) por conta da paralisação dos rodoviários. Nenhum ônibus municipal, intermunicipal, de fretamento ou turismo deixou as garagens desde às 4h.
Foto: Wladmir Pinheiro |
A paralisação está prevista para durar até às 8h de hoje. Ônibus metropolitanos transitam normalmente pela cidade, e alguns coletivos do transporte alternativo também já circulam nos pontos de ônibus.
Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, Fábio Primo, os motoristas e cobradores dos coletivos estão parados em campanha salarial, e pela falta de cumprimento do acordo coletivo feito ano passado entre a categoria e as empresas dos consórcios Ot Trans, Plataforma e Salvador Norte (CSN).
"Estamos em campanha salarial. Nossa data-base é primeiro de maio. Apresentamos nossa proposta na semana passada, uma pauta menos extensa do que a do ano passado, e eles vieram com uma contra-proposta com vários itens", disse Primo ao CORREIO.
Foto: Perla Riberiro/ CORREIO |
Entre os itens que mais causaram revolta aos rodoviários está a proposta das empresas de retirar os cobradores dos roteiros locais nos finais de semana. "Eles não trabalhariam aos sábados e domingos. Eles também querem criar um banco de horas e tirar nossa hora extra - colocar todas elas a 50%. Eles também não implantaram o empréstimo consignado, que é um direito do trabalhador previsto pela lei e aprovado desde o ano passado na assinatura do consórcio", afirma o representante da categoria.
Não há outros atos ou paralisações previstos para acontecer durante o final de semana ou na semana que vem, informou Primo. Ontem (14), Daniel Mota, diretor de comunicação do Sindicato dos Rodoviários, disse que o protesto também era uma manifestação contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que será votado pela Câmara no domingo.
"Primeiro a gente tem uma pauta de reivindicações que foi entregue aos empresários, eles têm uma contraproposta que não atende. É um protesto pela falta de capacidade de negociar dos empresários. E também é um apoio à democracia contra a perpetração de um golpe dos empresários, através da Fiesp, das empresas", disse Mota, diretor de comunicação do sindicato. "Somos a favor da democracia, contra o impeachment da presidente Dilma".
O secretário de Mobilidade Urbana (Semob), Fábio Mota, afirma que a prefeitura não foi informada da decisão da categoria. "Não recebemos nenhum comunicado. É uma paralisação irresponsável, com cunho político, e vamos tomar as providências cabíveis caso realmente aconteça", disse ele em contato com o CORREIO. "Se configura paralisação, vamos multar as concessionárias pelas 4 horas paradas", afirma. "Para fazer uma paralisação é preciso publicar (a decisão), comunicar".
Segundo ele, a prefeitura vai enviar coletivos e micro-ônibus do transporte alternativo para os principais corredores da cidade nesta manhã a fim de suprir a necessidade dos moradores de Salvador.
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