Os relatos de assaltos de assaltos rua Várzea de Santo Antônio são frequentes entre pedestres, motoristas e lojas. “Os motoqueiros aproveitam o trânsito lento para roubar bolsas, celulares, relógios. Mulheres são as principais vítimas. E se elas estiverem sozinhas é um prato cheio”, declarou Felipe Gabriel Sampaio, 27 anos, morador da região. O CORREIO esteve ontem no local e viu uma guarnição da 35ª CIPM (Iguatemi) passar às 11h e às 12h. O segurança Marcos Santana, 46, funcionário de uma loja de móveis na rua, disse que, por semana, testemunha dois assaltos a motoristas. “Quem trabalha e mora por aqui sabe que é QRU, que na linguagem dos seguranças quer dizer problema”, declara. O Jacy Instituto de Beleza, sofreu um assalto há cerca de três meses. Depois, a dona colocou câmeras e interfone. “No dia do assalto, um homem branco, bem arrumado da cabeça aos pés, pôs uma arma na cabeça de uma cliente e fugiu com o notebook do salão”, contou uma cabeleireira. Já a padaria Pura Massa, vizinha ao salão, foi assaltada três vezes só este ano, segundo a gerente Cleuxa Pereira Celestino, 64. “Só este ano já foram três assaltos. Aqui têm câmeras, mas eles (ladrões) estão nem aí. Os clientes têm medo quando vêm aqui”, afirmou. Apesar dos relatos, o comandante da 35ª CIPM, major Antônio Arnaldo, afirma que poucas ocorrências registradas na 16ª Delegacia (Pituba) são da área da companhia, que compreende as regiões do Iguatemi, Caminho das Árvores e Itaigara. “O próprio Ricardo Chaves disse que em seguida ao assalto uma viatura nossa passou no local. Infelizmente aconteceu ali porque havia engarrafamento, mas poderia ser na Pituba, na Barra. Não tem como colocar policiais em ponto fixos”, disse. A 35ª CIPM conta com 104 policiais dividido por turnos. Na rua Várzea de Santo Antônio são seis policiais por turno, distribuídos em um carro e uma moto . O delegado Nilton Tormes, da 16ªDP (Pituba), disse que um grupamento de moto da Polícia Civil vai atuar nas regiões mais críticas da área. Dupla aproveitou engarrafamento e apontou arma para filho do cantor A imagem do filho de 16 anos com uma arma apontada na cabeça ficará para sempre na memória do cantor Ricardo Chaves. Ao lado do adolescente, o cantor, que nunca tinha sido assaltado, se tornou vítima da insegurança de Salvador. Ricardo e o filho estavam no carro, no final da tarde de terça, quando foram abordados por dois homens de moto, na Rua Várzea do Santo Antônio, no Caminho das Árvores. O cantor tinha saído de casa, no Horto, para levar o filho ao Colégio Módulo, na Magalhães Neto. Por conta do congestionamento, o filho decidiu ligar para avisar a um colega que chegaria atrasado. O vidro fumê do carro estava fechado. Segundo o cantor, eram entre 18h30 e 19h quando ele viu uma moto se aproximar do carona. “Achei que faria uma manobra pra fugir do engarrafamento, mas ele (o motociclista) parou na frente do carro e fez um sinal. Outros dois se aproximaram em uma moto, pararam do lado do meu filho e um bateu com o cano da arma no vidro”, lembrou. “Um deles apontou a arma e pediu o celular. Meu filho deu. Depois ele disse: ‘os dois’. Peguei o meu no console e entreguei também. Ainda levaram o relógio do meu filho”, contou Ricardo. Ele não sabe precisar quanto tempo durou a ação. “Às vezes parece que foi uma eternidade, às vezes parece que foi rápido”. O que mais chamou a atenção foi a tranquilidade com que os bandidos agiram: “Eles foram bem tranquilos, talvez contando com a impunidade ou com a frequência com que costumam praticar a ação”. Ricardo Chaves percebeu que os bandidos pararam alguns metros depois do local do assalto. “Acredito que fizeram outra vítima. Depois, voltaram e passaram do meu lado tranquilamente. Menos de um minuto depois, uma viatura da Polícia Militar passou por mim e eu informei que tinha sido assaltado. Eles falaram: foram duas motos com três pessoas? Eu confirmei”. Apesar da passagem da viatura, ninguém foi preso. Facebook Horas depois do assalto, o cantor protestou no Facebook. “Caso a polícia tivesse chegado e disparado contra eles, os mesmos passariam de criminosos a vítimas. Se fossem presos e tomassem umas porradas, logo apareceriam entidades de direitos humanos prontas para defendê-los”. No relato, acrescenta: “Em um outro cenário, se eu fosse um exímio atirador, legalmente portador de uma arma e, em uma cena de cinema, sacasse minha arma e abatesse os três ‘cidadãos’, teria cometido o crime de, em defesa da minha vida, da do meu filho e da sociedade, ter retirado das ruas pessoas que em nada contribuem para o seu bem. Para me defender, teria de gastar muito dinheiro para contratar um bom advogado e viveria com a sombra de uma possível condenação”. Para os que tentavam lhe confortar, ele respondeu: “Acho que não podemos achar normal, agradecer por estar tudo bem e colocar na conta de Deus. Chega! Tá tudo errado. Costumo ouvir conselho: blinde seu carro. Mas não podemos viver reféns e achar que está tudo bem. Minha indignação é nesse aspecto. Tá tudo errado! A gente está ficando tão anestesiado que situações como esta estão ficando normais igual a parar na sinaleira e vir uma pessoa limpar seu vidro”. O cantor prestou queixa, ontem, na 16ª Delegacia (Pituba). O vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Eduardo Rodrigues, atribuiu as declarações do cantor ao “calor da emoção” e diz imaginar que “foram mais um desabafo do que ideias”. “Precisamos manter o pensamento racional e legal nessas situações. A sociedade confia na polícia e espera que ela faça o trabalho de forma legal e não arbitrária”, afirmou. “Se a polícia chegar atirando, é crime e não podemos esquecer que a policia também está sujeitas às leis. Querer resolver as coisas com as próprias mãos é uma ação medieval”, concluiu. Matéria original do Correio Moradores e comerciantes na rua onde Ricardo chaves foi assaltado dizem que roubos são frequentes
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