Enquanto não há definições sobre o destino da casa onde Marighella viveu, já se sabe que, mantidas as previsões, seu nome estará na fachada dos casarões 28 e 30 da Rua João de Deus, no Pelourinho. É ali que o governo estadual pretende implantar até o final de 2014, ao custo inicial de R$ 10 milhões, o Memorial da Resistência Carlos Marighella.
O espaço vai guardar e expor documentos e obras daqueles que combateram a opressão na Bahia, desde as lutas ancestrais – como a Revolta dos Malês (1835) e a Sabinada (1837-38) -, até embates mais recentes, com destaque para a oposição à Ditadura Militar. “A criação deste memorial é uma bandeira nossa desde 1995. É mais do que justo ter um lugar pra concentrar informações e mostrar os fatos à população”, afirma Diva Santana, presidente na Bahia do Grupo Tortura Nunca Mais.
Localizados numa das principais vias do Centro Histórico, os imóveis ainda precisam ser reformados. Os dois estão fechados, os vãos de todas as portas foram vedados com tijolos e a vegetação que toma a área interna salta pelas janelas. Se o espaço físico ao menos está reservado, as ideias de como o memorial será concebido ainda estão em fecundação.
Nos dias 24 e 25 de maio, a Secretaria Estadual de Cultura realizou um seminário para discutir o projeto. O evento contou com a participação de profissionais de outros estados, todos envolvidos com trabalhos semelhantes. Para Paulo Linhares, presidente do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza, o mais importante é que o espaço seja “vivo”.
“É preciso ser um local de difusão do conhecimento, com atividades”, opinou. A mesma posição é defendida por Kátia Felipini, coordenadora do Memorial da Resistência de São Paulo, implantado no prédio onde funcionava o Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops). “O espaço tem que ser dinâmico. O memorial tem que estar inserido na sociedade, promover ações educativas e se articular com outras instituições”, analisa.
Matéria original: Correio 24 Horas
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