Segundo trecho da orla da Barra é entregue e obras finalizadas

Depois de caminhar pela área requalificada, acompanha do de correligionários, moradores da Barra e da família (incluindo as filhas, Lívia e Marcela), o prefeito afirmou que a reforma descobriu uma nova área de orla. “Essa área era pouquíssimo valorizada. Conseguimos trazer brilho e luz para essa área, além de ampliar o espaço para pedestres. Uma ciclovia foi construída, fizemos uma praça nova. Agora, Salvador já tem uma das orlas mais bonitas do Brasil”.

(Foto: Arisson Marinho/ CORREIO)

O presidente da Rede Bahia, Antonio Carlos Júnior, destacou a importância da requalificação da Barra. “A orla foi completamente modernizada, restaurada e hoje é um ponto de atração não só para baianos e soteropolitanos, mas para turistas. A Barra é um importante cartão-postal, portanto, é importante que ela fique bonita como está”, declarou.

Também presente na inauguração, a diretora-presidente do Parque Social, Rosário Magalhães, elogiou a nova orla. “Eu, que nasci e fui criada na Barra, fico super feliz de voltar e ver a nossa linda orla revitalizada e as pessoas curtindo, aproveitando. É um presente de Natal para a cidade”, comentou ela.

ContemplaçãoQuando a professora Vera Mello, 58 anos, saiu para passear com o cachorro Mike, na manhã de ontem, no trecho entre o Morro do Cristo e o Espanhol, o cenário era um pouco diferente do que encontrava até poucos dias atrás, quando ainda havia sinais de que uma obra estava acontecendo. Antes mesmo da inauguração oficial, que só ocorreu no final da tarde, ela já comemorava a nova apresentação do espaço.

“Nem dos banquinhos esqueceram”, exclamou, pouco antes de sentar em um deles para tomar uma água de coco. Os bancos estão espalhados ao longo de toda a faixa de orla que foi requalificada. Ao todo, são mil metros de extensão.

Mas não tem só bancos: a calçada onde a professora caminhava, do lado esquerdo da Avenida Oceânica, em direção ao Farol, foi alargada – passou de 2,8 m para 4,5 m de largura em alguns pontos. Ao lado, há uma ciclovia, e todo o passeio é acompanhado por um gradil e por piso tátil.

(Foto: Arisson Marinho/ CORREIO)

“A gente cuidou muito para que o morador e o visitante tivessem uma área de contemplação. Como ali não tinha nenhuma balaustrada, colocamos um guarda-corpo vazado (o gradil), que não impede a visão do mar”, explicou a presidente da Fundação Mário Leal Ferreira, Tânia Scofield.

Na área do Morro do Cristo, foi instalado um novo gramado, com paisagismo e iluminação em LED em todo o local. O Morro do Cristo ainda ganhará um projeto próprio de requalificação.

Do outro lado da via, não existia passeio - agora, há uma calçada de 1,5 m. Além disso, foi criada uma pequena praça no Morro do Ipiranga. “Fizemos uma praça bem limpa, que dá para as pessoas se reunirem”, completou Tânia.

Antes da reforma, a professora Vera diz que não dava para fazer aquele percurso, à noite – a iluminação era muito ruim. “A gente tinha medo de andar. Agora, acho que ficou ainda melhor que a primeira parte”, disse, aos risos.

Na época das obras, que começaram em abril deste ano, não foi fácil lidar com os transtornos no trânsito. “A Barra, como um todo, era largada, abandonada. Só tinha a natureza, a praia mesmo, e o Farol ali. Hoje, está outra coisa”, emendou a professora Vera.

Olhar de foraA advogada Mônica Castro, 57, já está prevendo como as mudanças vão impactar o Carnaval no circuito Barra-Ondina. Ontem, ela, que é do Rio e vem todo ano a Salvador, no Verão, aproveitou para correr na orla e aprovou as mudanças. “Com os camarotes montados, ficava pouco espaço para caminhar na calçada. Agora, está valorizando esse cartão-postal”, comentou a carioca.

(Foto: Arisson Marinho/ CORREIO)

Quem trabalha por ali já começou a sentir diferença na reação dos clientes. É o caso da vendedora ambulante Gileusa Pereira, 48, que há 22 anos vende água de coco perto do Morro do Cristo. “Os turistas que vieram há algum tempo e voltaram agora estão dizendo que está tudo bonito”, citou.

Os hóspedes do hostel Che Lagarto, na Avenida Oceânica, também tiveram uma resposta parecida, de acordo com a chefe da recepção Ana Coronel, 29. “Com as obras, alguns ficavam chateados, até por causa da poeira. Agora, ficou bonito e eles comemoram que dá para tirar foto”, brincou.

Desde o PortoA requalificação começou no Porto da Barra e seguiu, inicialmente, até o Barra Center – ali, foram 11 meses de obras, com investimento de cerca de R$ 60 milhões, entre recursos federais e municipais. No primeiro trecho, foi implantado um calçadão compartilhado por pedestres, carros e ciclistas.

O asfalto também foi substituído por um piso intertravado e até as lixeiras foram trocadas por três contêineres subterrâneos – que, olhando de fora, parecem um recipiente comum, mas armazenam todo o lixo embaixo da terra.