Suspeito de matar adolescente na Barra será indiciado

Geovane de Santana Rocha, 21 anos, contou para a polícia que estava na Ilha de Itaparica com a esposa e o filho quando resolveu se apresentar no Complexo Penitenciário da Mata Escura, na manhã desta quarta-feira (5). Ele responsabiliza o adolescente 17 anos pelo crime, mas será indiciado por corrupção de menores, além de latrocínio (roubo seguido de morte). O estudante Claudson Alberto Silva Júnior, 15, foi morto durante um assalto, quando chegava em casa, na quarta-feira (29).

Segundo a titular da 14ª Delegacia (Barra), Carmem Dolores Bittencourt, Geovane estava tranquilo durante o depoimento e não apresentou sinais de arrependimento. A polícia investiga outro assalto, na Avenida Princesa Isabel, na Graça, em que ele e o adolescente estariam envolvidos. O crime aconteceu há dez dias.

"Durante o depoimento ele assumiu o assassinato, mas culpou o adolescente pelo crime. Ele estava frio durante o depoimento e preocupado apenas se a motocicleta dele, usada no crime, ficaria apreendida. Sabemos que eles atuavam juntos e estamos investigando a participação dos dois em outro assalto, ocorrido há 10 dias. No caso da Barra, ele será indiciado por latrocínio e corrupção de menores", afirmou a delegada.

O estudante Claudson Júnior estava chegando da escola no momento do crime. Ele caminhava pela Rua Tenente Pires Ferreira, Barra, quando dois homens em uma motocicleta se aproximaram e anunciaram o assalto. A vítima reagiu e durante a briga, o adolescente teria atirado. O estudante foi baleado duas vezes, socorrido com vida, mas morreu dois dias depois.

Nesta quarta, Geovane contou para a polícia que a escolha da vítima foi aleatória. Ele e o adolescente estavam descendo pela Ladeira da Barra quando resolveram entrar na rua onde o estudante morava. Ao ver a vítima foi que eles decidiram pelo crime.

A motocicleta usada no assalto está na Ilha de Itaparica, onde o suspeito estava escondido com a família. A polícia ainda não recuperou o veículo. Na manhã desta quarta, uma semana depois do crime, ele resolveu procurar a polícia e se entregar. "Ele percebeu o cerco policial, viu que estávamos chegando nele e resolveu se entregar", contou a delegada.

Geovane estava com um mandado de prisão em aberto pela morte de Claudson Júnior e não tinha passagem policial até então. Ele foi levado de Mata Escura para a Delegacia da Barra, para ser ouvido, e transferido novamente para o Centro de Observação Penal (COP), que fica no Complexo Penitenciário, para aguardar por julgamento.