O taxista Antônio Carlos Silva Santos, 52 anos, foi morto, no início da tarde da quinta-feira (25), durante um assalto no táxi que dirigia, um Meriva, placa NYT 1256 (alvará A-3918). O crime aconteceu por volta das 13h30, na Rua Aloísio Mascarenhas, no Stiep. Segundo a polícia, um homem — ainda não identificado — entrou no táxi em um local também ainda indefinido, e solicitou a corrida até a Rua Aloísio Mascarenhas, onde matou o taxista com um tiro na altura do ombro. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte), pois a carteira e o celular da vítima foram roubados.
Segundo um representante comercial que mora na rua onde ocorreu o crime, o suspeito de ter cometido o crime vestia camisa branca, bermuda, tênis e carregava uma mochila. Ele conta que o taxista ainda conseguiu sair do carro gritando, antes de cair, a cerca de dez metros do carro, onde morreu. “Eu estava dentro de casa, e ouvi os gritos de ‘pega ladrão’. Quando abri a porta, vi que o taxista estava correndo, já ‘catando ficha’, aí caiu de vez. O cara (assaltante) saiu andando normalmente. Ainda parou para ver o taxista cair, depois colocou a arma na bermuda e saiu correndo pela escadaria”, relatou o morador, sob anonimato, referindo-se a uma escada que dá acesso à 1ª Travessa Lopes da Silva. Após ser baleado, Antônio Carlos ainda chegou a ser amparado por populares, mas não resistiu e morreu no local. Segundo informações da 39ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Boca do Rio), o disparo teria ocorrido ainda no interior do carro. Agentes do Departamento de Polícia Técnica (DPT), que fizeram a perícia no local, informaram que apenas um tiro foi disparado, atingindo Antônio Carlos na altura do ombro. De acordo com eles, porém, não havia manchas de sangue nem marcas de tiros dentro do veículo. Responsável pelo caso, a delegada Izaltina Faustina dos Santos, da 9ª Delegacia Territorial (DT/Boca do Rio), não deu detalhes sobre a investigação. “Estamos coletando relatos, analisando as provas”, disse. Reconhecimento O corpo de Antônio Carlos foi reconhecido pela técnica de enfermagem Marineide Santana, 54, amiga da família do taxista há 20 anos. “Primeiro eu vi na TV que tinha acontecido um crime no Stiep. Depois, o meu marido reconheceu a placa do carro. Vim correndo para cá, pois a esposa dele foi passar o São João em Cachoeira (no Recôncavo) com os dois filhos”, contou Marineide.
“Liguei para ela para dar a notícia. Ainda não consigo acreditar. Ele era um homem bom, trabalhador”, lamentou. Santos era taxista há 11 anos, não tinha ponto fixo, mas costumava fazer corridas nas proximidades do Mercado Modelo, no Comércio. Morava com a esposa e uma filha de 13 anos e um filho de 20, no Condomínio Arvoredo, em Tancredo Neves. Rotina Taxistas afirmam que as ocorrências são comuns na rua onde Antônio Carlos foi morto. Segundo Vandeílson Miguel, presidente da Associação Metropolitana dos Taxistas de Salvador, as queixas da categoria sobre a região são recorrentes. “Eles (assaltantes) levam os taxistas, roubam e entram no mato. É o ponto de fuga. Quem vai pegar?”, questiona. O representante comercial que testemunhou a fuga do bandido, ontem, afirmou que é a terceira vez que sabe de crimes com essas características ali.
(Foto: Juarez Soares/ Reprodução) |
Polícia realiza perícia no local do crime, na Rua Aloísio Mascarenhas. Taxista ainda tentou correr após o tiro |
“No final do ano passado, um homem trouxe um taxista até aqui e roubou os pertences e o dinheiro. Um mês depois, aconteceu a mesma coisa e foi o mesmo assaltante, com um comparsa”, contou. Categoria promete nova manifestação após enterro | Amanda Palma Após os peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) concluírem a remoção do corpo de Antônio Carlos, um grupo com aproximadamente 20 taxistas saiu da rua Aloísio Mascarenhas em direção ao Shopping da Bahia, onde promoveram um buzinaço. Eles afirmaram que pretendem fazer protesto semelhante nesta sexta-feira, após o enterro de Antônio Carlos - que até ontem à noite não tinha horário e local definidos. Os taxistas anunciaram que sairão da região do Shopping da Bahia até a Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), onde cobrarão segurança. Antônio Carlos é o segundo taxista morto este mês, em Salvador e Região Metropolitana. No último dia 9, o taxista Rodrigo Gonçalves Lopes Dantas, 36, foi encontrado morto, em Camaçari, na Região Metropolitana. O corpo estava atrás do táxi Meriva, placa NZI-4445, de Salvador. O corpo foi localizado com marcas de tiro na cabeça e no tórax. Três dias depois, em reunião com o Comando de Operações Policiais Militares (COPPM), taxistas solicitaram que os táxis comecem a ser abordados em blitze, prática que não era comum, por conta do constrangimento que poderia causar ao passageiro. O comandante da COPPM, coronel Paulo Uzêda, não soube informar quantos taxistas já foram abordados, nem se em alguma das blitze alguma ocorrência foi registrada.
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