Aos olhos e ouvidos do público, líderes dos principais partidos envolvidos na disputa eleitoral de 2012 em Salvador pregam o discurso da união como arma para a vitória nas urnas. Mas, as últimas movimentações no teatro político da base governista e da oposição revelam a existência de percalços no caminho da unidade, ampliados pelo desejo de cada ator de entrar em cena na condição de protagonista. Ao mesmo tempo em que negociam a construção de uma frente única contra o PT, caciques do PMDB, DEM e PSDB intensificam ações para consolidar seus pré-candidatos como nome único da aliança antigovernista. A norma baixada pela cúpula das legendas é correr na montagem de estratégias que deem musculatura na mesa de ajustes eleitorais, evitando imposições e deixando para os adversários a pressa na procura pelo consenso. RapidezPressa que vem sendo a tônica das mais recentes andanças dos petistas. No domingo, luminares do partido aterrizaram em peso no lançamento oficial da pré-candidatura do deputado Nelson Pelegrino. O evento revelou que, apesar da mostra de unidade dada pelo PT, há obstáculos na construção de um arco de apoios que fortaleçam a estrutura da legenda na briga pela prefeitura da capital. As barreiras ficaram mais nítidas com as declarações do principal líder petista na Bahia durante o evento. “Como militante e como governador, eu apoio a consolidação do nome de Pelegrino como candidato do partido e espero que ele consiga o consenso e o apoio da base aliada para que possamos vencer na capital do estado”, afirmou Jaques Wagner.
PedrasAlém da tentativa de conter a ânsia do PC do B de levar a candidatura da deputada Alice Portugal descolada do PT no primeiro turno, os líderes da sigla têm outros empecilhos na tarefa de aglutinar a base aliada em Salvador. E eles ficaram evidentes com a ausencia do PP no ato de lançamento de Pelegrino na corrida pela sucessão. “É claro que não podemos desconsiderar o peso do prefeito João Henrique e estamos dialogando para isso”, confidenciou um petista do alto clero. Contudo, os ataques ao pepista desferidos pela bancada do partido na Câmara de Vereadores arrefeceram os ânimos daqueles que agem para consolidar o apoio do PP a Pelegrino. É tanto que o chefe da Casa Civill, João Leão, voltou a encampar a teoria da candidatura própria. No PMDB, a ordem é vitaminar a pré-candidatura do radialista Mário Kértezs. A tática do partido foi um dos pontos mais discutidos ontem, nos bastidores de um almoço de confraternização dos peemedebistas com a imprensa. “Vamos trabalhar forte. Mário tem todas as credenciais. Foi secretário de Planejamento do governo e duas vezes prefeito”, afirmou o deputado Lúcio Vieira Lima, presidente estadual da legenda. ArmasContudo, assim como democratas e tucanos, o parlamentar mantém na ponta dos lábios a premissa de levar em conta vantagens e desvantagens de cada um dos oposicionistas cotados para encabeçar a batalha pelo Thomé de Souza. Argumento que, para os peemedebistas, não é fundamentado apenas na trajetória administrativa do radialista. Em conversas reservadas, os cardeais do partido deixam claro que o grande tempo de TV do PMDB deve pesar na montagem da aliança. Bem como o cenário nacional, já que os peemedebistas são alinhados com a base liderada pelo PT. Fato que, em tese, impediria o embarque de figurões do Planalto em um palaque capitaneado por DEM ou PSDB. Na mesma sintonia que os aliados do PMDB, os dois mais fortes nomes do DEM e do PSDB passaram o dia em articulações para se fortalecer sem perder de vista o foco da unidade . No evento de prestação de conta de seu mandato, o deputado ACM Neto mostrou que busca algo mais que a liderança nas pesquisas. Para isso vem reunindo com frequência líderes comunitários e políticos de outros partidos em torno de seu nome. Já o deputado Antonio Imbassahy, que se reuniu com o comando estadual do PSDB, quer levar para a mesa o seu maior trunfo: a avaliação positiva que recebeu nos dois mandatos como prefeito. Mas, além de desejos individuais, os oposicionistas têm clareza de que chances só existem com a marcha unida no interior e, sobretudo, na capital.
ACM Neto costura alianças e Pelegrino recebeu apoio de petistas |
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