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SAÚDE

Calor excessivo aumenta episódios de enxaqueca

Problema afeta mais as mulheres que homens e tem caráter genético

• 16/02/2014 às 12:10 • Atualizada em 26/08/2022 às 22:11 - há XX semanas

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Os dias estão muito quentes mas, mais que mal-estar e incômodos, o calor excessivo funciona como um desencadeador de dor de cabeça e enxaquecas. Isso porque a temperatura alta favorece a desidratação, a hipoglicemia, altera a pressão e os batimentos cardíacos, facilitando o surgimento das dores e provocando ausência no ambiente de trabalho e escolas. Para evitar que o calor se torne um inimigo nesta época do ano, é preciso tomar alguns cuidados, especialmente quem sofre com enxaqueca (aquelas dores de cabeça latejantes que costumam ocorrer em três ou quatro quadros de dor durante um mês) ou cefaleia crônica (15 dias ou mais de dor). Por isso mesmo, os portadores dessas duas enfermidades precisam ter cuidado redobrado. Quem quer curtir o Verão sem dores de cabeça de nenhuma natureza deve buscar se manter bem hidratado, apostar numa dieta à base de alimentos mais leves e, sempre que possível, procurar se abrigar do calor, seja com o uso de chapéus ou bonés e óculos escuros.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia, a enxaqueca é uma doença neurológica crônica, incapacitante, que afeta 15% da população no Brasil. Estudos do Ministério da Saúde apontam que a prevalência da enxaqueca é de 25% nas mulheres e 10% nos homens, predominando na faixa etária que varia de 35 a 45 anos, mas também pode afetar cerca de 10% das crianças de ambos os gêneros antes da adolescência. Após esse período, as meninas começam a apresentar mais casos. No calor intenso, pessoas com pressão arterial mais baixa (hipotensos), no limite inferior, são mais sujeitos a desmaios, tonturas e até, mais raramente, crises convulsivas. É muito importante, além de manter a hidratação adequada, mais cuidado ao levantar da posição deitada para a posição em pé. Essa troca de posição deve ser feita pausadamente. Herança Segundo o neurologista e coordenador do Departamento de Dor da Academia Brasileira de Neurologia, Antônio Cezar Ribeiro Galvão, não existe uma causa específica para a enxaqueca ou a cefaleia crônica e, geralmente, elas possuem componentes genéticos. “Sabe-se que cada indivíduo apresenta disparadores próprios para desencadear as crises, daí a importância de reduzir esses gatilhos, especialmente nesta época, quando o calor, a luminosidade, o desregramento próprio das férias e das festas podem facilitar que elas apareçam”, completa o médico. O neurologista Leandro Teles confirma a posição do colega e ressalta que, na época mais quente do ano, são muitos os fatores que elevam a frequência e a intensidade das crises. “A cada 5°C de elevação na temperatura, o risco de crise aumenta 7%”, esclarece, lembrando que para cada caso será necessário analisar o contexto para entender a piora da enxaqueca. “A mistura da predisposição pessoal genética com o calor, a luminosidade, a alimentação desregrada, o consumo excessivo de álcool e as alterações de sono pode ser catastrófica”, completa. Embora não haja consenso sobre as razões que levam as mulheres a serem as maiores vítimas, o médico Antônio Cezar Galvão lembra que o fato pode estar associado a questões hormonais femininas. Cuidados Como não pode mudar a herança genética, para fugir das dores de cabeça, que tal apostar em cuidados que não apenas vão evitar as crises, como, de quebra, ajudarão a saúde de um modo em geral? “O sono e a alimentação devem ocorrer em horários regulares, a prática de atividade física em horários mais frescos do dia também contribuirão para promover o bem- estar em geral e retardar as crises”, explica Cezar Galvão. No quesito sono, a dica é manter o ritmo biológico, evitando as pequenas mudanças do ciclo sono-vigília, que desencadeiam as cefaleias. O neurologista também sugere que as pessoas busquem evitar o consumo de alimentos que desencadeiam as crises, tais como o vinho tinto e outras bebidas alcoólicas, chocolate, queijo, embutidos e os produtos ricos em glutamato de sódio (realçadores de sabor) e nitritos 13 e 16 (mortadelas, salames, entre outros). O neurologista salienta que a enxaqueca e a cefaleia crônica, geralmente, tem como doença associada a ansiedade e a depressão. “Chamamos de personalidade enxaquecosa e que se caracteriza pelo perfeccionismo e a necessidade de ter suas demandas atendidas imediatamente, por isso, a dor de cabeça é tratada conjuntamente com a ansiedade, por meio de antidepressivos”, esclarece. Além dos tratamentos medicamentosos para as comorbidades e para a própria dor de cabeça, Cezar Galvão destaca que existem outros tratamentos não medicamentosos que podem ser bons aliados no controle, a exemplo da psicoterapia e do bio feedback, que consiste numa eletroestimulação do cérebro. O médico lembra que a enxaqueca e a dor de cabeça crônica são tratáveis, mas que ainda não há cura para esses problemas. “O controle e a prevenção, no entanto, garantirão a qualidade de vida dos portadores”, completa. Matéria original: Correio 24h Calor excessivo aumenta episódios de enxaqueca

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