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SAÚDE

Entrevista: Cláudia Galvão tira dúvidas sobre glaucoma

Doença é responsável por 12,3% dos casos de cegueira em adultos. Saiba mais!

• 13/10/2010 às 14:15 • Atualizada em 29/08/2022 às 14:47 - há XX semanas

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Ele chega sem avisar, fica em silêncio e é muito perigoso. Assim é o glaucoma, doença crônica causadora da cegueira - que não tem cura. Ele é responsável por 12,3% dos casos de perda de visão em adultos e, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da World Glaucoma Association, este ano o glaucoma afetará 60 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo que 8,4 milhões, desse total, ficarão cegos. Na Bahia, cerca de 20% da população tem problemas relacionados ao glaucoma. Segundo a oftalmologista e ex-presidente da Sociedade de Oftalmologia da Bahia (Sofba) Cláudia Galvão, não há dados oficiais para o estado sobre as doenças que causam cegueira, devido às dificuldades para realização de estudos populacionais. Mas cálculos preliminares, baseadas em campanhas promovidas pela Sociedade de Oftalmologia apontam para uma grande incidência de casos de Glaucoma na Bahia, quando comparadas aos valores médios internacionais. Confira abaixo a entrevista com a oftalmologista Cláudia Galvão* sobre Glaucoma: iBahia.com - Quais são os principais casos de doenças da visão que causam cegueira? Cláudia Galvão - As principais causas de cegueira e baixa de visão são: catarata, ametropias, retinopatia diabética, glaucoma, degeneração macular relacionada à idade, tracoma, retinose pigmentar, além das doenças que acometem as crianças, tais como catarata e glaucoma congênitos, retinopatia da prematuridade e estrabismo. iBahia - Na Bahia, qual a incidência, em números, de doenças como essas? CG - Não temos dados oficiais da Bahia, devido às dificuldades inerentes à realização de estudos populacionais, mas estimativas preliminares, baseadas em campanhas promovidas pela Sociedade de Oftalmologia da Bahia, apontam para maior incidência de glaucoma aqui quando comparada à valores médios internacionais. iBahia - Existe algum projeto, programa ou centro de atenção e referência direcionados a essa especialidade? Como a população pode ter conhecimento? CG - Todos os Estados tem recebido apoio do Governo Federal que, com a assessoria do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, criou dois programas: o Olhar Brasil e a Política Nacional de Atenção em Oftalmologia (PNAO), devidamente regulamentados pela portaria 957 de 16 de Maio de 2008. São programas grandes, que focam desde problemas refracionais (de grau), passando pelas doenças com maior potencial de causar cegueira e incapacitação e não esquecendo de selecionar, classificar as unidades de Saúde credenciadas ao SUS para melhorar o fluxo de atendimento a população. Como exemplo prático, podemos citar o fornecimento gratuito de medicações de uso crônico para o tratamento do glaucoma. A população pode ficar sabendo através dos postos de saúde próximos ao seu domicilio, internet no site do Sistema Único de Saúde, ou nas próprias unidades de credenciadas. iBahia - Muita gente não sabe, mas crianças podem nascer com glaucoma. A Bahia já tem muitas incidências nesse grupo de risco? CG - Como já havia dito, não temos dados oficiais acerca da incidência e prevalência do glaucoma na Bahia, inclusive do Glaucoma Congênito (popularmente conhecido como glaucoma infantil). Sabe-se que é uma doença incomum, responsável por 22% dos glaucomas infantis e que tem na sua origem, uma base genética. Importante salientar que o glaucoma congênito pode ser curável e o tratamento é cirúrgico e tem de ser instituído o mais rápido possível para minimizar os danos à visão da criança. iBahia - É verdade que quem tem glaucoma, precisa utilizar colírios específicos pelo resto da vida? CG - O glaucoma primário é incurável e, portanto, o tratamento deve ser ininterrupto, a menos que ocorra uma intervenção cirúrgica e que o uso de colírios possa ser interrompido durante algum tempo. Mas é importante salientar que o acompanhamento deve ser continuo, independente do tipo de tratamento. iBahia - Toda escavação no fundo do olho é considerado um glaucoma. Ou apenas as lesões causadas pela pressão intraocular? CG - Bem, todo paciente que tenha aumento da escavação do nervo óptico, a principio, deve ser avaliado como um suspeito de glaucoma. E como tal, deverá ser submetido a alguns exames no intuito de detectar algum indício da doença. Mas, somente a presença da escavação ampla não significa que a doença exista de fato. Alguns testes como exame de campo visual, medidas seriadas da pressão ocular e fotodocumentação do nervo óptico, bem como o exame e raciocínio médico são necessários para a conclusão diagnostica. iBahia - Qual o perfil do grupo de risco do glaucoma? CG - No geral, portadores de pressão ocular alta ou limítrofe, história familiar de glaucoma, idade avançada, graus elevados de miopia ou hipermetropia, portadores de doenças inflamatórias oculares crônicas, usuários de cortisona ou corticóide sistêmico ou ocular. Parece haver também uma correlação com diabetes. iBahia - Como prevenir e tratar a doença? Existe cura? CG - As melhores formas de prevenção são a educação da população e a realização de exames periódicos com o médico oftalmologista. Como disse anteriormente, a doença não tem cura e sim, controle. iBahia - A cegueira em pessoas idosas, ou não, que sofrem com Diabetes e Glaucoma pode ser reversível? CG - Se a cegueira, de fato, estiver instalada, infelizmente não. Caso a perda seja parcial, há como retardar a perda total com os tratamentos específicos. Mas é bom lembrar que as pesquisas existem e o futuro pode nos dar gratas surpresas. *Dra. Cláudia Galvão é formada em Medicina pela Escola Baiana de Medicina; com residência em Oftalmologia na Universidade Federal da Bahia; pós-graduada em Glaucoma da Universidade Federal de São Paulo e em Ultra-Sonografia Ocular da Universidade Federal de São Paulo

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