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SALVADOR

Especialista tira dúvidas de internautas sobre Glaucoma

Até o dia 28 de maio, uma clínica no Shopping Salvador realiza exames de medição da pressão intra-ocular gratuitamente

• 26/05/2011 às 10:32 • Atualizada em 27/08/2022 às 12:53 - há XX semanas

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Ele chega sem avisar, fica em silêncio e é muito perigoso. Assim é o glaucoma, doença crônica causadora da cegueira - que ainda não tem cura. Assim também foi com o bancário aposentado Waldemir Garcia, de 79 anos. Ele nunca sentiu nada, mas ao perder os óculos de leitura dentro de um táxi, durante uma viagem ao Rio de Janeiro, descobriu que tinha um sério problema de visão. Ao procurar uma ótica para encomendar novos óculos, o oftalmologista que atendeu Waldemir ficou desconfiado e o aconselhou a procurar um especialista logo que voltasse à Salvador. O fato aconteceu em 1999 e graças ao diagnóstico precoce ele conseguiu controlar a doença através de medicamentos e cirurgias. "Eu não sentia nada, mas percebia que estava perdendo gradativamente a visão. Se um está bem e o outro mal, não é facilmente perceptível o problema". Waldemir já fez duas cirurgias, uma em cada olho, mas hoje usa apenas uma gota de colírio no olho direito. "Uso o colírio antes de dormir apenas para conter a pressão do olho. o curioso é que o olho mais doente é o direito, e é com ele que enxergo melhor", conta. Mesmo não sendo negro ou diabético, grupo de risco conhecido pela maioria da população, o aposentado desenvolveu a doença. O glaucoma é uma neuropatia, sem sintomas, que lesiona progressivamente o nervo óptico. Atualmente, 65 milhões de pessoas, sendo 900 mil no Brasil, sofrem com a doença que é mais comum a partir dos 40 anos. Mas isso não quer dizer que jovens ou adolescentes não possam desenvolver a doença. O glaucoma também tem relações hereditárias, ou seja, as chances de ter a doença pode aumentar ou ser explicada caso o paciente tenha um tio, avó, irmão ou primo com glaucoma. Aquela sensação do olhos piscando involuntariamente não é causada por glaucoma. O excesso de leitura, uso do computador, assistir televisão e costurar também não são atividades quem podem provocar ou evitar a doença. Para esclarecer mais sobre o assunto, convidamos o especialista Dr. Ruy Cunha Filho do DayHORC – Hospital de Olhos que respondeu à dúvidas dos internautas do iBahia. Leia a entrevista abaixo na íntegra: iBahia - Há exames específicos para detectar o glaucoma? A partir de que idade as pessoas podem fazer os exames? Ruy Filho - O exame oftalmológico completo, com tonometria (medida da pressão ocular) e fundoscopia (exame do fundo do olho com avaliação do nervo óptico) são os fundamentais para detectar o glaucoma ou casos suspeitos. As pessoas que têm familiares com glaucoma devem fazer avaliação periódica com um oftalmologista, pois têm chance maior de desenvolver a doença. Pessoas sem história familiar da doença devem procurar o oftalmologista periodicamente a partir dos 35 a 40 anos, faixa etária em que se manifesta o glaucoma crônico, que é a forma mais comum de glaucoma. iBahia - Fiz um exame oftalmológico e foi detectada escavação aumentada. Isso já é glaucoma? RF - A escavação aumentada é um sinal suspeito de glaucoma. É importante que sejam feitos exames periódicos do nervo óptico para avaliar se existe progressão da escavação. O ideal é fazer documentação com retinografia simples e tomografia de coerência óptica, exames que podem detectar progressões mínimas da escavação. iBahia - Crianças podem ter a doença? RF - Sim, existe o glaucoma congênito em que a criança já nasce com a doença. Outras formas de glaucoma também podem acometer, menos frequentemente, crianças. iBahia - Se eu descobrir no início é possível tratar ou vou ficar cego do mesmo jeito? RF - O diagnóstico precoce pode prevenir a cegueira causada pelo glaucoma. Apesar de ser uma doença crônica sem cura, o tratamento adequado e acompanhamento periódico podem retardar de forma significante a progressão do glaucoma. iBahia - Aquela sensação do olhos piscando involuntariamente é causado pela pressão ocular? Existe sintomas? RF - Não. Isso é chamado blefarospasmo, resultado de contração involuntária dos músculos da pálpebra. Está relacionado a estresse ou insônia. O glaucoma crônico é assintomático, outros tipos de glaucoma podem se manifestar com sintomas como olho vermelho, turvação visual e dor ocular (a exemplo o glaucoma agudo por fechamento angular). iBahia - Qual a pressão ideal para um olho saudável? RF - A pressão ocular normal é de 10 a 21 milímetros de mercúrio (unidade de medida - mmHg). iBahia - A origem da doença é apenas hereditária? RF - Não. Existe uma classificação extensa para o glaucoma, entretanto a forma mais comum e mais silenciosa, chamada glaucoma crônico, tem um fator hereditário muito importante.iBahia - Por que a maioria dos pacientes com Glaucoma são negros? RF - Porque a raça negra estatisticamente é mais propensa a desenvolver a doença. iBahia - Me falaram que para tratar o glaucoma é preciso fazer muitos exames periodicamente. Existe tratamento gratuito na Bahia? RF - Sim. O Ministério de Saúde tem um serviço de dispensação de medicação anti-glaucomatosa e acompanhamento dos pacientes, realizado em serviços especializados credenciados prestadores do SUS. iBahia - Caso eu não queira fazer meu tratamento pelo SUS. Quanto custa, em média, os colírios ou a cirurgia? RF - Depende do tratamento determinado pelo médico. Existem colírios que custam R$ 5,00 e outros que podem custar acima de R$ 100,00. O paciente com glaucoma deve ser acompanhado periodicamente por um especialista e fazer um conjunto de exames que constituem o “check up” de glaucoma e são de suma importância para orientar o tratamento. Quanto a cirurgia, depende da indicação e do tipo da cirurgia, não podemos generalizar um valor. iBahia - Existe cirurgia para reparar a escavação e tirar os risco da cegueira? RF - Não. As cirurgias visam baixar a pressão ocular, assim como os colírios.O glaucoma avançado não tem como ser reparado. iBahia - Eu tenho diabetes, mas não sou negra. Corro o risco de ter glaucoma? RF - Sim, pois estatisticamente o diabético tem risco maior de desenvolver glaucoma (risco relativo). Exame de graça - Na Bahia, cerca de 20% da população tem problemas relacionados ao glaucoma. Ainda não há dados oficiais para o estado sobre as doenças que causam cegueira, devido às dificuldades para realização de estudos populacionais. Mas um cálculo feito em 2010 baseado em campanhas promovidas pela Sociedade de Oftalmologia apontam para uma grande incidência de casos de Glaucoma na Bahia, quando comparadas aos valores médios internacionais. A Clínica Alclin, no Salvador Shopping, orientar e realiza o exame de tonometria - popularmente conhecido como medida de pressão intra-ocular. O exame tem duração de um minuto e acontece até o dia 28 de maio, gratuitamente. O exame será feito na clínica por ordem de chegada, durante seu horário de funcionamento.

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