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SAÚDE

Distúrbios da tireoide: causas, sintomas e tratamento

Apesar de maioria dos casos de nódulos serem benígnos, alguns são diagnosticados como câncer

Redação iBahia • 03/02/2020 às 13:00 • Atualizada em 27/08/2022 às 3:20 - há XX semanas

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A tireoide é uma pequena glândula situada na região do pescoço que produz hormônios que regulam o metabolismo de todas as células do organismo humano. Sendo assim, alterações funcionais da tireoide refletem no nosso corpo, alterando simultaneamente o funcionamento de vários órgãos.

Existem dois tipos principais de problemas clínicos relacionados à tireoide:

Alterações funcionais: que pode ser hipotireoidismo, quando a glândula produz menos hormônio do que deveria; ou hipertireoidismo, quando a glândula produz hormônios excessivamente.

Alterações morfológicas: significa mudanças da forma habitual da tireoide. O aumento exagerado da tireoide é chamado de bócio, e o surgimento de pequenos “caroços” (na verdade, são aglomerados de células e/ou líquido) na superfície da glândula é chamado de nódulo.

“A maioria dos nódulos é benigna, mas em torno de 5% são câncer. Cada uma destas situações necessita de avaliação cuidadosa para definição da melhor conduta terapêutica”, explica o endocrinologista Joaquim Custódio, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional Bahia (SBEM Bahia), e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba).

Foto: Revista ABM


Os sintomas
• O hipotireoidismo pode levar ao ganho de peso, intolerância ao frio, diminuição do ritmo intestinal, sonolência, queda de cabelos e unhas, piorar problemas de colesterol, dentre outros sintomas

• Já no hipertireoidismo existe uma perda involuntária de peso associada com irritabilidade, taquicardia (aumento do ritmo do coração), palpitações e tremores.

• No caso do aumento da tireoide (seja por bócio ou por nódulos), podem ocorrer rouquidão e dificuldade de engolir os alimentos.

As causas
O endocrinologista explica que, em relação aos nódulos, normalmente há um fator genético envolvido, com eventual contribuição de fatores ambientais. Mas no caso do hipotireoidismo e hipertireoidismo a causa mais comum é a ocorrência de processos de autoimunidade. “As células da tireoide são atacadas pelo sistema imune do próprio paciente. São chamadas de tireoidite de Hashimoto, no caso do hipotireoidismo, e Doença de Graves, no caso do hipertireoidismo”, esclarece Dr. Joaquim.

Fatores de risco
Pessoas com histórico de doenças autoimunes, como vitiligo, psoríase, doença celíaca, diabetes mellitus tipo 1, dentre outras, têm maior chance de desenvolver problemas da tireoide das alterações funcionais.

Com relação aos nódulos, são mais comuns em pessoas expostas à radiação de grande intensidade, ou com muita frequência. “A ingestão insuficiente de iodo também é um fator de risco importante”, explica o endocrinologista.

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Formas de prevenção
Recomenda-se uma adequada ingestão de iodo, pois este mineral é essencial para a formação dos hormônios da tireoide. “No Brasil, desde a década de 1950, o sal recebe adição de iodo, o que garante níveis adequados para a maioria das pessoas. O que se discute é se gestantes e crianças deveriam receber suplementação, mas a literatura científica ainda é controversa a respeito”, esclarece Dr. Joaquim.

No caso dos nódulos e do câncer de tireoide, recomenda-se evitar contato frequente com radiação, ou utilizar proteção adequada quando necessário.

Como monitorar
A avaliação da tireoide começa com uma boa avaliação clínica. A partir do histórico e do exame do paciente define-se a necessidade de exames complementares. Os mais comuns são a dosagem dos hormônios da tireoide e a ultrassonografia.

Em casos específicos são necessários outros exames como a cintilografia e a punção da tireoide. A periodicidade varia de acordo com cada caso, mas para pacientes que já diagnosticaram algum problema na glândula, a recomendação geral é de uma avaliação anual.

Foto: Revista ABM


Mais cuidado na velhice
O endocrinologista explica que a avaliação tireoidiana deve ser parte frequente da rotina clínica de pessoas idosas. “Eventualmente, estas condições podem produzir sintomas menos evidentes nos idosos, mas existe uma maior frequência de disfunções da tireoide nas pessoas de idade mais avançada, tanto em relação à produção hormonal quanto ao surgimento de nódulos”.

Atinge mais as mulheres
As disfunções da tireoide atingem mais o sexo feminino, tanto em relação à produção hormonal quanto na incidência de nódulos. De acordo com o médico, os estudos sugerem que o estrógeno (hormônio feminino) teria um papel nesta diferença entre os sexos. Mas as condutas de tratamento são semelhantes em ambos os sexos.

O tratamento
O tratamento das alterações funcionais consiste em corrigir o defeito hormonal através da reposição do hormônio tireoidiano, no caso do hipotireoidismo, ou diminuindo a produção, no caso do hipertireoidismo. Já no caso do bócio e dos nódulos tireoidianos, pode-se fazer o tratamento clínico, com o iodo radioativo ou com cirurgia.

“Casos de câncer de tireoide usualmente são tratados com a combinação de cirurgia e iodo radioativo. Em todas estas situações, o acompanhamento com equipe especializada é essencial para o sucesso da abordagem”, conclui o endocrinologista.

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