A DJSI: Porque ganhar não é tudo

Por André Veneman*

Falta pouco tempo para o anúncio do ranking do Índice Dow Jones de Sustentabilidade 2014 (DJSI). Isso pode significar pouco ou nada para algumas pessoas, mas para a AkzoNobel tem uma importância enorme.

O ranking DJSI é baseado em uma pesquisa do RobecoSAM, um grupo de investimento suíço bastante renomado. Eles avaliam anualmente o desempenho de sustentabilidade de cerca de 90 empresas globais de capital aberto nas áreas de produtos químicos e revestimentos.

A pesquisa envolve uma análise detalhada de vários critérios de práticas de gestão e medidas de desempenho. Somos avaliados frente a outras 86 empresas químicas e as nove primeiras são incluídas no DJSI Global. Tenho orgulho de dizer que ficamos em primeiro lugar no nosso setor pelos últimos dois anos. Mas o trabalho não se resume em ficar em primeiro lugar.

Deixe-me explicar. O DJSI é o ranking de sustentabilidade independente mais respeitado do mundo. Ele mede nosso desempenho perante nossos concorrentes e permite que avaliemos nosso progresso perante nossas metas estratégicas de sustentabilidade. E isso é crucial, porque o fato de estarmos bem classificados no ranking não significa que o trabalho acabou.

O grande valor do DJSI é que ele funciona como uma ferramenta de gestão que ajuda a melhorar continuamente o desempenho de sustentabilidade de nosso negócio.

Ficar em primeiro lugar no ranking significa que você está fazendo muitas coisas certas, é claro, mas o mais importante é que a avaliação também destaca áreas a serem melhoradas. E você precisa fazer algo a respeito desses pontos, tomar uma atitude, porque se você não apresentar progressos e adotar uma mentalidade de melhoria contínua, sua posição no ranking vai cair e você pode até sair completamente da lista.

Por exemplo, em 2013, a ecoeficiência operacional e atração & retenção de talentos foram identificadas como áreas que precisávamos melhorar. Sendo assim, desde setembro do ano passado, estamos trabalhando duro para melhorar nesses pontos.

Na verdade, damos tanta importância a um bom desempenho no DJSI, que oferecemos bônus aos nossos 600 principais executivos dependendo de nossa posição no ranking. Essa é uma indicação clara de como a sustentabilidade está conduzindo nosso negócio e de como nosso negócio está conduzindo a sustentabilidade.

Sabemos muito bem o que queremos alcançar e nosso desempenho no DJSI é um termômetro para medirmos nosso nível de sucesso. Estamos comprometidos em entregarmos mais valor com menos recursos, tanto que adotamos a estratégia Planet Possible que é baseada em três pilares fundamentais:

•Melhorar a eficiência de recursos em toda a cadeia de valor.
•Reduzir nossas emissões de carbono em toda a cadeia de valor de 25 a 30 por cento por tonelada até 2020 (base 2012).
•Aumentar a receita proveniente de soluções eco-premium para 20 por cento das nossas receitas até 2020.

Quando os rankings do DJSI deste ano forem anunciados no início de setembro, saberemos se os nossos esforços para intensificarmos nossas iniciativas de sustentabilidade ainda estão nos levando para o caminho certo. Na verdade, esse processo começou há vários anos, já que temos aparecido entre os top três pelos últimos oito anos.

Isso demonstra que a sustentabilidade tornou-se parte integrante de nossas atividades de negócios e da cultura de nossa empresa. E também demonstra que não ficamos parados. Fizemos melhorias ano após ano e usamos a avaliação para identificarmos áreas que precisam de atenção de maneira crítica.

Todo mundo gosta de ganhar, mas o ponto mais importante do DJSI é que mesmo que você não fique com o primeiro lugar, o que você aprende é extremamente valioso. Assim, você parabeniza quem ficou com o primeiro lugar do ranking e começa a fazer as melhorias necessárias para entrar na disputa do ano seguinte. De certa forma, todo mundo sai ganhando.

*André Veneman é diretor corporativo de Sustentabilidade da AkzoNobel, companhia global líder em tintas e revestimentos.