Diretor de iniciativas de mudanças climáticas do FEM, Thomas Kerr defendeu investimentos na economia verde
Foto: brent_granby
Quanto é preciso investir para combater os efeitos das mudanças climáticas e evitar, assim, que o aquecimento global ultrapasse a média dos 2ºC nas próximas décadas? A conta de um relatório do Fórum Econômico Mundial (FEM) divulgado na segunda-feira, 21 de janeiro, em Davos (Suíça), fala em US$ 700 bilhões (cerca de R$ 1 trilhão e 400 bilhões) adicionais ao ano - só para se ter ideia, os gastos públicos atuais para o problema em todo o mundo são estimados em US$ 90 bilhões).
"Tornar a economia verde é a única forma de acomodar nove bilhões de pessoas até 2050", defendeu Thomas Kerr, diretor de iniciativas de mudanças climáticas do FEM.
Segundo o relatório, os US$ 5 trilhões anuais investidos em infraestrutura precisam estar direcionados a iniciativas mais sustentáveis, com o objetivo de incentivar a chamada economia de baixo carbono. Mas como isso seria possível? Ao incentivar, por exemplo, fontes de geração de energia renovável, como a eólica e a solar, além de promover a eficiência energética em setores como transportes, indústria e construção.
"O progresso em investimentos verdes continua a ser ultrapassado por investimentos em infraestruturas intensivas em combustíveis fósseis e ineficientes", alertou o sumário executivo do documento, ao acrescentar que isso pode levar as emissões de gases do efeito estufa a criarem uma temperatura média global pelo menos 4ºC acima dos níveis pré-industriais, o que poderia potencializar as migrações forçadas, inundações, secas e a insegurança alimentar.
Crescimento sustentável
Para Felipe Calderón, ex-presidente do México e atual presidente da Aliança de Ação para o Crescimento Verde, o crescimento econômico e a sustentabilidade são interdependentes. "Você não pode ter um sem o outro, e tornar os investimentos verdes é um pré-requisito para realizar ambas as metas."
O documento recomenda que a solução é os governos reavaliarem a prioridade dos investimentos e criarem políticas de investimentos que apoiem e incentivem projetos de baixo carbono.
Público e privado
Conforme o texto, tal mudança nos investimentos é acessível, já que os custos adicionais do crescimento sustentável são insignificantes comparados aos custos da inação, e o investimento não partiria apenas do setor público, mas também do setor privado.
Conforme aponta o relatório, se os atuais US$ 90 bilhões em gastos públicos globais contra as mudanças climáticas fossem aumentados em US$ 36 bilhões, chegando a US$ 126 bilhões, eles poderiam levar a um investimento privado de até US$ 570 bilhões anuais.
- Conheça o relatório na íntegra em PDF (em inglês) -
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