Os anfíbios possuem pele extremamente permeável, tornando esses animais potencialmente ameaçados pelos pesticidas
Foto: Tj.blackwell
De cada dez espécies de sapos e rãs, quatro estão em risco de extinção, segundo a "Lista Vermelha" da biodiversidade ameaçada, produzida pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Segundo a organização, os principais motivos para a ameaça aos anfíbios é a perda de habitat, poluição, incêndios, as mudanças climáticas, doenças e a superexploração da terra.
O que os técnicos da IUCN subestimaram, no entanto, foi o efeito dos agrotóxicos na extinção dos sapos e rãs. De acordo com pesquisadores alemãs, os pesticidas têm um papel importante na redução expressiva da população de anfíbios ao redor do mundo.
Um experimento conduzido pelos cientistas, publicado nesta quinta-feira, 24 de janeiro, na revista Scientific Reports, constatou que fungicidas e inseticidas, mesmo utilizado nas doses recomendadas, podem gerar uma grande mortalidade desses animais.
Experimento
A equipe liderada por Carsten Bruehl, da Universidade de Coblenz-Landau (Alemanha), testou sete tipos de pesticidas em uma amostra de 150 rãs comuns (Rana temporaria): usados nas proporções recomendadas, um deles matou 40% das rãs após sete dias e, um outro, o fungicida Headline, usado em cultivos de soja e trigo, exterminou 100% dos anfíbios em apenas uma hora.
Os animais, expostos em pequenos grupos de cinco a três exemplares, foram mantidas em grandes contêineres, com solo cultivado com cevada. O produto químico foi pulverizado uma vez, em uma quantidade proporcional àquela que cairia em uma lavoura, dividido em três doses: concentrações recomendadas, um décimo das concentrações recomendadas e 10 vezes as concentrações recomendadas.
De acordo com o estudo, a pele altamente permeável dos anfíbios os torna especialmente vulneráveis a estes produtos químicos. "A toxicidade demonstrada é alarmante e um efeito negativo em larga escala da exposição terrestre a pesticidas nas populações de anfíbios parece provável", alertou o artigo.
Confira o estudo na íntegra (em inglês)
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