Gastar menos no orçamento doméstico depende fundamentalmente da mudança de hábitos. Algumas mudanças são mais simples, óbvias, como ir menos a restaurantes, por exemplo, e trazem um resultado imediato, mas nem sempre muito relevante. Outras mexem um pouco mais com a nossa rotina, mas trazem resultados perceptíveis.
Um ponto onde normalmente gastamos uma parcela considerável do orçamento é nosso deslocamento diário — seja com a utilização transporte público ou com a manutenção de um automóvel. E por considerarmos esse um gasto básico e imprescindível, raramente pensamos em mudar a forma de deslocamento. Mas vamos avaliar alguns números.
Substituindo o transporte público
Considerando o valor atual da passagem em São Paulo, uma pessoa que utilize ônibus duas vezes por dia (ou metrô, ou trem) gasta diariamente R$ 7,60. Supondo que aos finais de semana fique em casa e, portanto, tenha esse gasto cinco vezes por semana, vinte dias por mês, essa pessoa desembolsa R$ 152 ao mês.
Se optar pela bicicleta, em pouco tempo pagará o investimento que fez na magrela. E, daí em diante, é dinheiro a mais no orçamento todo mês. Ou pode, ainda, comprar a bicicleta parcelada, pagando as parcelas com a economia que está fazendo nos deslocamentos.
Em um ano, são R$ 1.824 economizados nesse nosso exemplo. Dá pra pagar bike, manutenção, acessórios e ainda sobra alguma coisa pra se divertir por aí. Ou equilibrar as contas de casa.
Mesmo para aqueles que recebem vale transporte com um desconto parcial no salário, a substituição representa alguma economia, que vai variar de acordo com o rendimento, já que o desconto é proporcional.
Substituindo o automóvel
Quem substitui o carro pela bicicleta faz uma economia ainda maior, já que os gastos relacionados à manutenção do automóvel costumam ser bem altos. Os valores variam muito de acordo com a cidade, perfil de uso, modelo e ano do carro, além do preço dos estacionamentos na região em que se trabalha. Pegue uma calculadora para um breve exercício numérico. Você vai se surpreender.
Dois gastos lembrados facilmente são seguro e IPVA (incluindo seguro obrigatório e licenciamento), que são pagos anualmente. Mas esses são custos fixos, que existem pelo simples fato de possuir o carro. Para não propormos uma mudança radical, com a eliminação do automóvel da sua vida, vamos deixar esses valores de lado, imaginando que você vá manter o carro, apenas usá-lo menos.
Outros custos que vêm rápido à mente são combustível e estacionamento, por serem mais frequentes. Pense em quanto você gasta por mês nesses itens e multiplique por 12 para ter o valor anual. Quando você pensar em estacionamento, não some apenas o valor da mensalidade que você eventualmente pague; considere também os gastos eventuais, como quando você vai a um shopping ou um restaurante, por exemplo. Anote o total anual. E seja sincero nos valores, levando em conta até aquele guardador de carro que você se sente coagido a pagar. Tudo é gasto.
Agora vamos acrescentar os custos eventuais e sazonais, que geralmente deixamos de fora dessa conta. Pense em quanto você gasta, ao longo de um ano, com os custos abaixo. Se com algum deles você gasta uma vez a cada dois anos, por exemplo, divida por dois.
· Troca de óleo
· Troca de peças que desgastam com o tempo (filtro de ar, de combustível, suspensão, pneus, revisões programadas, etc.)
· Balanceamento e alinhamento
· Borracharia
· Mecânica
· Funilaria (incluindo pequenos retoques na pintura)
· Franquia do seguro (que a gente nunca quer ter que usar, mas às vezes precisa)
Somou? Deu para ter uma ideia?
Agora pense no valor de uma bicicleta bacana, que você teria orgulho de pedalar por aí. E as peças e eventuais reparos de uma magrela costumam ter um custo baixo, principalmente se comparados com os de um automóvel.
Academia
A bicicleta é chamada por alguns de “academia ao ar livre”. Você aproveita o tempo que perderia parado no congestionamento para fazer um exercício físico saudável, divertido e gratuito.
Claro que a comparação não é válida se você tem um plano de treinamento, assessorado por um especialista, com um objetivo específico, como por exemplo fortalecer ou definir determinadas partes de sua anatomia. Mas se você, como muita gente, vai para a academia para poder ter alguma atividade física na vida, para queimar calorias, para emagrecer, a bicicleta pode dar conta do recado. Principalmente se você a utilizar pelo menos três vezes por semana.
Andar de bicicleta pode fazer você economizar muito — e ter uma vida mais saudável e feliz.
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Este texto foi publicado originalmente em www.medium.com/itau
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