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Antropoceno deve ser reconhecido e servir de alerta, defendem cientistas

Mais do que ocupar a superfície da Terra de forma extensa, a urbanização, a globalização e o estilo de vida do homem contemporâneo estão transformando a forma como o planeta funciona. Dados do GWSP comprovam que a ação humana é responsável pelo desmatamento de uma área do tamanho da América do Sul para agricultura e outra do tamanho da África para pecuária, o que teria impactado o clima, o solo e a vida de espécies do planeta. Conferência na Alemanha debate o tema.

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20/05/2013 às 19:05 • Atualizada em 02/09/2022 às 7:11 - há XX semanas
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Antropoceno reconheceria impacto das atividades do homem no funcionamento do planeta
Foto: Kibae Park/UN

Reconhecer a ideia do Antropoceno, uma nova era geológica (que sucederia a atual Holocena) marcada pelo impacto da espécie humana no planeta Terra, é também reconhecer o impacto irreversível das atividades do homem, que afetam não somente os sistemas de água e recursos naturais do planeta, mas também o que essas ações significam no futuro das espécies. A opinião é de Janos Bogardi, vice-reitor da Universidade da ONU, que concedeu entrevista à BBC Brasil na segunda-feira, 20 de maio, durante a conferência Water in the Anthropocene (Água no Antropoceno), realizada em Bonn, na Alemanha.

A proposta não é acabar com a ação humana no planeta, mas debater como fazer isso de forma sustentável para o futuro”
Janos Bogardi, vice-reitor da Universidade da ONU

"O Brasil, que é o segundo país mais rico em água do mundo, exporta não somente produtos agrícolas, mas também exporta virtualmente seus recursos naturais para balancear a ausência de água ou nutrientes do solo em outros países", lembrou Bogardi, que é um dos moderadores da conferência em Bonn.

Segundo os especialistas do Global Water System Project (GWSP), que organiza o evento na Alemanha, o homem move mais rochas e sedimentos do que as forças do gelo, do vento e da água, acelera processos de erosão e libera mais nitrogênio no ar do que plantas e outros organismos seriam capazes, principalmente desde a segunda metade do século 21.

O termo "Antropoceno", cunhado pelo Prêmio Nobel de Química Paul Crutzen em 2000 e adotado por parte da comunidade acadêmica na última década, ainda não é reconhecido oficialmente. Segundo a Comissão Internacional de Estratigrafia (ICS), responsável pela definição da escala de tempo da Terra, estamos, ainda, na época Holocena (iniciada há 11.500 anos). A ICS convocou especialistas que tem até 2016 para analisar os estratos geológicos e definir o que seria o fim da época Holocena e o início da Antropocena.

Mais do que ocupar a superfície da Terra de forma extensa, a urbanização, a globalização e o estilo de vida do homem contemporâneo estão transformando a forma como o planeta funciona. Dados do GWSP comprovam que a ação humana é responsável pelo desmatamento de uma área do tamanho da América do Sul para agricultura e outra do tamanho da África para pecuária, o que teria impactado o clima, o solo e a vida de espécies da Terra.

Na opinião de Bogardi, debater o uso dos recursos como a água não seria apenas papel do Brasil, mas de um esforço conjunto de países. Mas a discussão sobre a nova época Antropocena seria tanto sobre as "más notícias" e desafios, como acerca das oportunidades e qualidades.

"Parte do crescimento econômico e desenvolvimento social que o Brasil vive hoje vem dessa enorme potencialidade do uso de recursos, por exemplo, então a proposta não é acabar com a ação humana no planeta, mas debater como fazer isso de forma sustentável para o futuro", explicou o vice-reitor da Universidade da ONU.

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