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Áreas de preservação brasileiras podem ser referência mundial, diz bióloga

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18/11/2014 às 7:30 • Atualizada em 01/09/2022 às 18:50 - há XX semanas
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Vegetação do Cerrado. RPPN Fazenda Vagafogo, Pirenópolis, Goiás
Foto: Mauricio Mercadante

As unidades de conservação privadas brasileiras podem se tornar referência para outros países, na opinião da bióloga Marion Bartolamei, coordenadora das reservas particulares do patrimônio natural (RPPN) do Brasil – a Reserva Natural Salto Morato (Guaraqueçaba - PR) e a Reserva Natural Serra do Tombador (Cavalcante - GO).

O trabalho feito nas duas áreas de preservação está sendo apresentado no Congresso Mundial de Parques, encerrado na segunda-feira, 17 de novembro, em Sidney, Austrália. O congresso, realizado a cada dez anos, discute as políticas e o tratamento dados às áreas de conservação em geral em cada país.

“São discutidas diretrizes, novas metodologias e políticas. É um momento único, porque o congresso ocorre de dez em dez anos e você tem a oportunidade de avaliar como está a situação das áreas protegidas em todo o mundo e expor boas práticas, novas metologias de planejamento, de gestão, dessas unidades”, disse a bióloga.

O Congresso Mundial de Parques deve identificar boas práticas para adoção pelos países que possam levar a um aumento e melhor planejamento de áreas protegidas no mundo, além de implementação de metodologias de melhor avaliação.

Marion informou que nesta edição do congresso tiveram destaque as unidades de conservação privadas, que vêm crescendo no mundo todo. "Cada vez mais, a gente percebe o interesse do poder privado em também dar a sua contribuição para a conservação da natureza”, manifestou.

Contribuição das reservas

No caso das duas áreas de preservação particulares brasileiras, foi mostrada a contribuição das reservas em nível local e sua integração no dia a dia das pessoas. “É quanto a gente gera de empregos, a conservação dos recursos naturais, quanto os visitantes deixam na região, o esforço de combate aos incêndios e quanto isso reflete na área”.

A Reserva Natural Salto Morato está situada em área de 2.253 hectares (1 hectare equivale à area de 1 campo de futebol oficial) de Mata Atlântica, no litoral norte do Paraná. Criada há 20 anos, a RPPN abriga variadas espécies de flora e fauna. Desde 1999, a reserva é considerada Patrimônio Natural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). No espaço de 18 anos, foram efetuados no local 96 projetos.

Salto Morato recebe em torno de 8 mil visitantes por ano. “Tem todo um trabalho de sensibilização de visitantes, sinalização, trilhas guiadas”. Outro objetivo é o trabalho de pesquisas científicas. Diversas universidades vão ao local fazer aulas de campo. “A reserva acaba sendo palco de diversas ações, sempre com o fim de conservação, seja de educação, de sensibilização, seja de conservação por si só de áreas bem sensíveis dentro da reserva, onde não se permite a visitação”, relatou Marion.

Estratégias

A Reserva Natural Serra do Tombador, localizada no município de Cavalcante (GO), tem área de 8.730 hectares e está dentro do segundo bioma mais ameaçado do Brasil, que é o Cerrado. Os administradores da RPPN estão desenvolvendo estratégias para combater a maior ameaça local, que é o fogo. “Estamos tendo bons resultados”. Entre as ações postas em prática nos últimos sete anos estão o treinamento de uma brigada voluntária de combate a incêndios e a parceria com outras instituições para manejar e proteger a região.

As duas RPPNs são administradas pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e tiveram seus planos de manejo aprovados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Segundo a coordenadora das duas RPPNs, o Congresso Mundial de Parques deve identificar boas práticas para adoção pelos países que possam levar a um aumento e melhor planejamento de áreas protegidas no mundo, além de implementação de metodologias de melhor avaliação.

(Por Alana Gandra, da Agência Brasil)

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