Praia do Leblon, no Rio de Janeiro
Foto: Rodrigo_Soldon
Estamos no mês de agosto, em pleno inverno brasileiro, e as baixas temperaturas registradas em boa parte das cidades costumam aumentar o ceticismo daqueles que não acreditam no aquecimento global. Mas um novo estudo compilado por 345 cientistas aponta que esse friozinho de hoje pode ser um artigo muito raro nas próximas décadas, o que pode comprometer a qualidade de vida não da sua, mas das próximas gerações.
A temperatura média em todo o Brasil subirá pelo menos 3°C até 2100, na comparação com o fim do século 20, de acordo com o estudo. No pior cenário, o aumento pode ser de até 6°C.
Os dados, que levam em conta cenários de menor ou maior emissão de gases de efeito estufa (GEE), fazem parte do primeiro relatório de avaliação nacional do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas e foram antecipados na edição de agosto da revista Pesquisa Fapesp. O anúncio completo será feito em setembro.
Impactos no Brasil
O trabalho traz também mais detalhes de como as mudanças climáticas devem afetar o regime de chuvas nos diferentes biomas do País. Enquanto nos pampas (Região Sul) e na Mata Atlântica do Sudeste pode haver um aumento de até 30% na precipitação, na Amazônia e na Caatinga o cenário será de seca, com redução de até 40% das chuvas.
Projeções de aumento de temperatura e mudança no Brasil e no mundo já vêm há tempos sendo divulgadas, mas a novidade desse relatório é que ele sintetiza o que a ciência conhece de melhor sobre os impactos que as mudanças climáticas terão sobre o Brasil. O painel, que reúne pesquisadores das mais diversas áreas, atuou nos mesmos moldes do grupo das Nações Unidas que faz esse tipo de avaliação em escala global - o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Metodologia
Divididos em três grupos de trabalho, eles analisaram as pesquisas publicadas em revistas científicas desde 2007. O primeiro considerou aquelas que mostram a ocorrência das mudanças climáticas no Brasil. O segundo avaliou os impactos nas cidades, nos setores da economia e nos recursos hídricos, além das medidas de adaptação a eles. E o terceiro, as formas de redução das emissões de gases-estufa no Brasil.
O objetivo, explica o pesquisador Carlos Nobre, que preside o painel, é trazer uma "avaliação neutra, baseada em evidências científicas, com um enorme detalhamento sobre o que é importante". Os relatórios do IPCC (o próximo também será divulgado a partir de setembro) também seguem esses critérios, mas são globais, com apenas alguns destaques sobre América do Sul e Brasil.
Com informações do Estadão.
EcoDesenvolvimento.org - Tudo Sobre Sustentabilidade em um só Lugar.Veja também:
Leia também:
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!