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Brasil pode ter redução de até 70% na produtividade agrícola por causa das mudanças climáticas

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08/12/2014 às 9:00 • Atualizada em 28/08/2022 às 14:06 - há XX semanas
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Cheia em Santa Catarina. Alterações nos padrões de precipitação vão afetar produtividade agrícola, regimes hidrológicos e biodiversidade da América Latina e do Caribe
Foto: Wikimmedia Commons/CC

A América Latina e o Caribe serão gravemente afetados pelos efeitos das mudanças climáticas que atingem o planeta, de acordo com relatório do Banco Mundial. A diminuição das colheitas, a alteração dos recursos hídricos, a elevação do nível do mar e a ameaça aos meios de subsistência de milhões de pessoas estão entre as consequências do novo padrão climático global para a região.

Os extremos de calor e as alterações nos padrões de precipitação vão provocar efeitos adversos na produtividade agrícola, nos regimes hidrológicos e na biodiversidade. O Brasil pode vir a apresentar redução de 70% na produtividade da soja e de até 60% no caso do trigo – tendo em vista a perspectiva de aumento de 2°C na temperatura até 2050.

Caso haja elevação térmica de 4°C nesse mesmo período, as enchentes costeiras poderão causar perdas em torno de US$22 bilhões, por conta dos danos à infraestrutura e das perdas relacionadas ao turismo na região.

É imprescindível que a maioria dos países da América Latina e do Caribe adotem intensas medidas de adaptação.

Além disso, a acidificação dos oceanos, a elevação do nível do mar, os ciclones tropicais e as mudanças na temperatura vão afetar os meios de subsistência costeiros, o turismo, a saúde e a segurança alimentar e hídrica, especialmente no Caribe.

Por isso, é imprescindível que a maioria dos países da América Latina e do Caribe adotem intensas medidas de adaptação, para que seja possível alcançar os objetivos de erradicação da extrema pobreza e de prosperidade compartilhada.

De acordo com o vice-presidente do Banco Mundial para a região, Jorge Familiar, os governos locais já estão estabelecendo políticas de redução destes impactos, como o incentivo ao uso de energia renovável – que contribui na redução das emissões de carbono na atmosfera – e à agricultura inteligente – essencial para garantir a segurança alimentar e promover o potencial da região como celeiro global.

Custos com adaptação

Um dos desafios diz respeito aos custos. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) alertou na última semana que os custos que os países em desenvolvimento vão ter com a adaptação às mudanças climáticas podem ser 300% mais altos do que a previsão inicial.

As cifras podem subir de US$ 100 bilhões para US$ 300 bilhões, o equivalente a R$ 769 bilhões, mesmo que a comunidade internacional reduza as emissões dos gases que causam o efeito estufa para manter o aumento global das temperaturas abaixo dos 2º C, comparado ao níveis da era pré-industrial.

Segundo os especialistas, apesar dos fundos públicos disponibilizados terem atingido entre US$ 23 e 26 bilhões entre 2012 e 2013, haverá falta de verba depois de 2020, a menos que surjam novos financiamentos.

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