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Brasileiros preocupam-se mais com questões sociais, do que com meio ambiente

As questões sociais preocupam bem mais o brasileiro do que as questões ambientais, aponta pesquisa do Programa Água Brasil. Temas como aquecimento global, acúmulo e descarte inapropriado de resíduos e contaminação de rio e mananciais são apontados como principais problemas por apenas 7% dos entrevistados. O estudo sobre o nível de consciência da população sobre práticas sustentáveis foi encomendado ao Ibope.

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29/11/2012 às 12:35 • Atualizada em 02/09/2022 às 4:55 - há XX semanas
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Resultados indicam que será necessária uma grande sensibilização para mudar a atitude do brasileiro em relação ao tema
Foto: Marcelo Camargo/ABr

Por Agência Brasil

As questões sociais preocupam bem mais o brasileiro do que as questões ambientais, aponta pesquisa do Programa Água Brasil, apresentada na quarta-feira, 28 de novembro, durante a Reviravolta Expocatadores 2012, em São Paulo. Temas como aquecimento global, acúmulo e descarte inapropriado de resíduos e contaminação de rio e mananciais são apontados como principais problemas por apenas 7% dos entrevistados. O estudo sobre o nível de consciência da população sobre práticas sustentáveis foi encomendado ao Ibope.

Quando questionados sobre os três principais problemas que afetam o país atualmente, os temas mais recorrentes aos entrevistados foram saúde (70%), desemprego (53%), fome (50%), corrupção (42%) e educação pública (39%). Temas relacionados ao meio ambiente ficaram em penúltimo lugar, perdendo apenas para o item economia global, que foi citado por 2% dos entrevistados. Participaram do estudo 2.002 pessoas em todas as capitais e mais 73 municípios, em novembro de 2011.

Para o coordenador de Programa Educação para Cidades Sustentáveis da organização WWF Brasil, Fábio Cidrin Gama, os resultados indicam que será necessária uma grande sensibilização para mudar a atitude do brasileiro em relação ao tema, especialmente no momento em que o país se organiza para implementar a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

Fatores positivos

Os resultados indicam que será necessária uma grande sensibilização para mudar a atitude do brasileiro em relação ao tema, especialmente no momento em que o país se organiza para implementar a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

“A pesquisa mostra que há esperança, mas para essa mudança. A gente vai ter que sensibilizar muito toda a sociedade para que as pessoas assumam [a destinação correta do lixo] como um hábito e um dever de cidadão”, destacou Gama.

Gama aponta que um dos aspectos mais positivos da pesquisa é a disposição do brasileiro em participar da coleta seletiva. Por outro lado, ele lamenta que ainda haja muito desconhecimento sobre a destinação correta do lixo e sobre o papel que cada um deveria cumprir nesse processo.

“Em relação ao símbolo da reciclagem, os brasileiros acham simplesmente que tendo aquele símbolo o material vai ser reciclado”, observou. O coordenador ressaltou ainda que para haver o reaproveitamento do resíduo são necessárias muitas etapas, como a própria separação a ser feita pelo consumidor.

Mudança de hábitos

A pesquisa mostra também que o brasileiro está disposto a assumir outras atitudes sustentáveis, além da coleta seletiva. Cerca de 34% dos entrevistados declararam que abririam mão de determinados produtos mesmo que interferisse na sua comodidade. Percentual semelhante (33%) passaria a exigir aos fabricantes soluções com intuito de que o produto tivesse menor impacto no meio ambiente. Ainda é baixa, no entanto, a quantidade de pessoas (23%) que não comprariam materiais que não fossem recicláveis ou reutilizáveis.

Para Severino Lima Júnior, membro do Movimento Nacional de Catadores de Rua (MNCR), a pesquisa destaca o papel do catador de rua na cadeia de reciclagem no Brasil, já que 26% dos entrevistados apontam que eles são os responsáveis pela coleta seletiva.

Para metade (50%), ela é feita pelas prefeituras e 12% apontam as cooperativas. “Isso mostra que o modelo adotado no país tem potencial para ser mais exitoso do que outros formatos faraônicos, defendidos por alguns, como a participação de grandes empresas de reciclagem”, defendeu.

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