Ativistas do Greenpeace pintaram faixas tracejadas durante a madrugada
Foto: Otávio Almeida/Luzia/Greenpeace
A cidade de São Paulo amanheceu na quinta-feira, 8 de agosto, com um desafio para a prefeitura: preencher os "espaços vazios" das faixas de pedestre apagadas por recapeamento ou degradadas pelo tempo. Ativistas do Greenpeace pintaram faixas tracejadas durante a madrugada, cobrando do governo uma infraestrutura que respeite os direitos dos pedestres. A atividade lembrou o Dia do Pedestre (8 de agosto) e faz parte da campanha #Cadê?, que questiona o andamento da elaboração dos planos de mobilidade em todo o país.
O protesto foi realizado em três áreas da cidade: Itaquera, República e Butantã - e destacou seis faixas em situações inadequadas para travessia. Todas as localidades apresentam média a alta circulação de pedestres e tem especificidades importantes. Itaquera, na zona leste da cidade e com 220 mil habitantes, teve o maior número de acidentes fatais no município em 2012, de acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).
Já a faixa pintada na República, região central, está localizada dentro da chamada Zona de Máxima Proteção ao Pedestre. No Butantã, foram destacadas faixas próximas às saídas do metrô e também à entrada do Portão 1 da Universidade de São Paulo.
Até domingo (11), grupos de voluntários organizarão atividades em oito capitais (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Manaus, Recife, Brasília e Salvador) com a aplicação de “curativos” em calçadas malconservadas e que ofereçam risco aos pedestres. Também é possível encontrar a campanha na web: no Instagram, Facebook e Twitter a hashtag #BuracosdoBrasil acompanha fotos dos buracos que tanto atrapalham a vida de quem decide trilhar seus caminhos a pé.
"Apesar de hoje a responsabilidade pelas calçadas ser dos particulares, a prefeitura tem o dever de fiscalizar e garantir que a manutenção necessária seja realizada. É preciso que o assunto seja levado à população, para que a sociedade decida, coletivamente, se é justo que o poder público asfalte as ruas mas não cuide das calçadas da cidade”, afirma Barbara Rubim, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace.
“Quando falamos de mobilidade urbana, falamos de respeito ao cidadão, que é o ator mais vulnerável nesse contexto. O que falta é promover a elaboração de um Plano de Mobilidade que atenda demandas humanas, reais e que colabore na construção de cidades para pessoas e não para carros”, complementa Barbara. “Melhorar a mobilidade urbana de uma cidade significa proporcionar às pessoas deslocamentos seguros, confortáveis e em tempo razoável, possibilitando a escolha de um meio que atenda a esses critérios e seja bom para a sociedade e para o meio ambiente”, conclui.
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