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Cadê a faixa que estava aqui?

Até domingo, 11 de agosto, ativistas do Greenpeace pintarão faixas tracejadas durante a madrugada, cobrando do governo uma infraestrutura que respeite os direitos dos pedestres. A atividade lembra o Dia do Pedestre e faz parte da campanha #Cadê?, que questiona o andamento da elaboração dos planos de mobilidade em todo o país. Grupos de voluntários organizarão atividades em oito capitais (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Manaus, Recife, Brasília, Salvador) com a aplicação de "curativos" em calçadas malconservadas e que ofereçam risco aos pedestres.

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09/08/2013 às 9:49 • Atualizada em 28/08/2022 às 12:46 - há XX semanas
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Ativistas do Greenpeace pintaram faixas tracejadas durante a madrugada
Foto: Otávio Almeida/Luzia/Greenpeace

A cidade de São Paulo amanheceu na quinta-feira, 8 de agosto, com um desafio para a prefeitura: preencher os "espaços vazios" das faixas de pedestre apagadas por recapeamento ou degradadas pelo tempo. Ativistas do Greenpeace pintaram faixas tracejadas durante a madrugada, cobrando do governo uma infraestrutura que respeite os direitos dos pedestres. A atividade lembrou o Dia do Pedestre (8 de agosto) e faz parte da campanha #Cadê?, que questiona o andamento da elaboração dos planos de mobilidade em todo o país.

O protesto foi realizado em três áreas da cidade: Itaquera, República e Butantã - e destacou seis faixas em situações inadequadas para travessia. Todas as localidades apresentam média a alta circulação de pedestres e tem especificidades importantes. Itaquera, na zona leste da cidade e com 220 mil habitantes, teve o maior número de acidentes fatais no município em 2012, de acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

Melhorar a mobilidade urbana de uma cidade significa proporcionar às pessoas deslocamentos seguros, confortáveis e em tempo razoável, possibilitando a escolha de um meio que atenda a esses critérios e seja bom para a sociedade e para o meio ambiente”
Barbara Rubim, representante do Greenpeace

Já a faixa pintada na República, região central, está localizada dentro da chamada Zona de Máxima Proteção ao Pedestre. No Butantã, foram destacadas faixas próximas às saídas do metrô e também à entrada do Portão 1 da Universidade de São Paulo.

Até domingo (11), grupos de voluntários organizarão atividades em oito capitais (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Manaus, Recife, Brasília e Salvador) com a aplicação de “curativos” em calçadas malconservadas e que ofereçam risco aos pedestres. Também é possível encontrar a campanha na web: no Instagram, Facebook e Twitter a hashtag #BuracosdoBrasil acompanha fotos dos buracos que tanto atrapalham a vida de quem decide trilhar seus caminhos a pé.

"Apesar de hoje a responsabilidade pelas calçadas ser dos particulares, a prefeitura tem o dever de fiscalizar e garantir que a manutenção necessária seja realizada. É preciso que o assunto seja levado à população, para que a sociedade decida, coletivamente, se é justo que o poder público asfalte as ruas mas não cuide das calçadas da cidade”, afirma Barbara Rubim, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace.

Para se ter uma ideia da importância da conservação das calçadas, dados da CET e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam que os custos provenientes de quedas de pedestres somam aproximadamente 1,6 bilhão por ano aos cofres públicos do município de São Paulo. Os gastos incluem atendimento, perda de produção, reabilitação e custo social. Se esses valores fossem convertidos em investimentos para readequação e reforma de calçadas, poderiam representar melhorias para aproximadamente 20% das calçadas da cidade.

“Quando falamos de mobilidade urbana, falamos de respeito ao cidadão, que é o ator mais vulnerável nesse contexto. O que falta é promover a elaboração de um Plano de Mobilidade que atenda demandas humanas, reais e que colabore na construção de cidades para pessoas e não para carros”, complementa Barbara. “Melhorar a mobilidade urbana de uma cidade significa proporcionar às pessoas deslocamentos seguros, confortáveis e em tempo razoável, possibilitando a escolha de um meio que atenda a esses critérios e seja bom para a sociedade e para o meio ambiente”, conclui.

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