Calorias extras nos cultivos agrícolas podem ajudar a alimentar quatro bilhões de pessoas

Criação menor de carne bovina e maior de porco e de frango pode aumentar o abastecimento de alimentos para a população mundial
Foto: Beatriz Marques

Pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, realizaram um estudo sobre a segurança alimentar global e perceberam que a produção agrícola global enfrentará problemas para atender às demandas crescentes, já que a população, a criação de projetos no setor de biocombustíveis e preferências alimentares mais saudáveis também estão aumentando.

Segundo o estudo, que foi publicado na revista Environmental Research Letters, mais de um terço de todas as calorias produzidas alimentam os animais, o equivalente a 30% - apenas 12% são consumidas pelos seres humanos. A pesquisa defende ainda que o cultivo de alimentos em terras agrícolas, que atualmente são dedicadas à alimentação de animais e fabricação de biocombustíveis, poderia liberar uma enorme quantidade de calorias extras, podendo alimentar até quatro bilhões de pessoas.

Outra opção, de acordo com os pesquisadores, é a criação menor de carne bovina e maior de porco e de frango. Estima-se que a substituição poderia alimentar cerca de 357 milhões de pessoas adicionais, com base em uma dieta diária de 2.700 calorias. Se a produção de carne acabasse completamente, incluindo a fabricação de leite, seria possível alimentar 815 milhões de pessoas.

"Nós descobrimos uma fonte incrivelmente abundante de alimentos agrícolas escondidos para um mundo faminto, e que é realidade nas terras que já cultivam", afirma Emily Cassidy , principal autora do estudo.

Emily ressalta que a pesquisa não é um manifesto vegetariano. No fundo, pretende-se mostrar como as mudanças dentro do sistema atual poderiam equilibrar melhor a produção e distribuição de alimentos. "Isso é importante ter em mente na próxima vez que alguém diz que o mundo está ficando sem comida", frisa.

- Leia o estudo na íntegra, em inglês (PDF) -

Assista ao vídeo em que a professora da Universidade de Minnesota, Emily Cassidy, explica a situação (em inglês):