Espécie necessita de 250 hectares de Cerrado Florestal para viver e se reproduzir.
Foto: Renato Torres Pinheiro
Desaparecido desde 1926, o pica-pau-do-Parnaíba voltou a ser encontrado em 2006 e agora cientistas da Universidade Federal do Tocantins (UFT) defendem que a espécie entre para a lista de extinção do Instituto Chico Mendes (Icmbio). O último exemplar do Celeus obrieni, nome científico do pássaro, havia sido coletado em 1926 em uma cidade do Piauí e há sete anos voltou a ser visto na cidade de Goiatins, município do Tocantins.
As fêmeas do pica-pau-do-Parnaíba são maiores que os machos, elas podem chegar a medir 26 centímetros de comprimento, e o peso delas podem alcançar 109 gramas, enquanto os machos não costumam passar de 96, disse o pesquisador Renato Torres Pinheiro, ao G1. Este pássaro possui bico claro, com tons de branco, e a cabeça é marrom-avermelhada, com o pescoço amarelo-ocre e a garganta e o peito negros.
O habitat natural do pássaro é o Cerrado florestal, mas ele precisa de 250 hectares para sobreviver e se reproduzir. "A ave depende de um tipo muito peculiar de ambiente, de Cerrado florestal com taboca (um tipo de bambu), e tem uma dieta especializada em formigas", afirma o cientista Renato Torres Pinheiro.
Habitat em risco
A sobrevivência do pica-pau depende da manutenção do bioma Cerrado, segundo maior bioma do País, que perdeu 49,1% de seu tamanho original até 2010, segundo o Ibge. Mas a situação do bioma é ainda mais instável, com o Projeto de Lei (PLS 626/2011) já aprovado pela Comissão do Meio Ambiente no Senado, em maio, poderá ser liberado o desmatamento de 20% das áreas privadas de Cerrado para o plantio de cana-de-açúcar. O projeto de lei é do senador de Rondônia Acir Gurgacz (PDT). Para a organização WWF Brasil, o projeto de lei é um retrocesso nas políticas de ordenamento territorial e produtiva brasileiras.
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