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Cigarro representa 13% dos gastos da população das classes D e E

O Ibope apontou que o cigarro é um dos novos produtos que fazem parte da cesta de consumo da população da classe C. Entre as famílias das classes D e E, os gastos com o vício chegam a representar 13% da renda mensal. O órgão estima ainda que a tendência é o aumento deste percentual, que deve se igualar ao consumo de produtos de mercearia e vestuário.

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10/06/2013 às 18:00 • Atualizada em 01/09/2022 às 8:16 - há XX semanas
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O valor gasto com cigarros durante um ano daria pra comprar, em média, 25 cestas básicas
Foto: sxc.hu

Responsável pela derrubada de mais de 3,5 milhões de hectares de florestas, que dão lugar ao plantio de tabaco; considerado o maior poluidor ambiental doméstico, com estimativa de matar 8 milhões de pessoas até 2030; grande causador de doenças como câncer, enfisema pulmonar e enfermidades cardiovasculares, o cigarro também é um vilão dos bolsos dos cidadãos.

Se o fumante fizer o simples exercício de calcular o que deixaria de gastar no primeiro ano sem fumar e, pensar o que poderia concretizar com esta economia, isto poderia encorajá-lo fortemente a parar”
Alberto José de Araújo, médico pneumologista e sanitarista

O Ibope apontou que o cigarro é um dos novos produtos que fazem parte da cesta de consumo da população da classe C. Entre as famílias das classes D e E, os gastos com o vício chegam a representar 13% da renda mensal. O órgão estima ainda que a tendência é o aumento deste percentual, que deve se igualar ao consumo de produtos de mercearia e vestuário.

Na prática

Se uma pessoa que fuma um maço de cigarros (valor médio de R$ 5,50) todos os dias deixasse o vício por um ano, conseguiria economizar mais de R$ 2 mil. O valor daria para comprar cerca de 25 cestas básicas. "Se o fumante fizer o simples exercício de calcular o que deixaria de gastar no primeiro ano sem fumar e, pensar o que poderia concretizar com esta economia, isto poderia encorajá-lo fortemente a parar", destacou ao portal Exame.com o médico pneumologista e sanitarista Alberto José de Araújo.

"Escravizados pela dependência, muitos fumantes não percebem que, se deixassem de gastar seu dinheiro com cigarro, poderiam investir em bens essenciais, como uma melhor alimentação, qualidade de vida", apontou Araújo. Segundo o especialista, é importante que eles reflitam sobre as perdas financeiras que sua dependência acarreta e, em longo prazo, nos gastos para remediar os efeitos nocivos do cigarro, que podem comprometer o orçamento doméstico.

Se considerar os reajustes no preços dos cigarros, o prejuízo financeiro pode se agravar. No final de 2012, o valor do produto apresentou um aumento de 16% em 20 Estados do Brasil. A Receita Federal indica que a alta dos valores em 2013 e 2014 pode ser de 13% e 10%, respectivamente. Por outro lado, ao subir de preço, muitas pessoas param de fumar.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 1989, aproximadamente 35% dos brasileiros fumavam, em 2008 este índice caiu para 17,2%. O fato tem a ver também com a restrição da publicidade e a adoção de ambientes onde o uso do tabaco é proibido.

Fim da publicidade

Em 2013, a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou, no Dia Mundial sem Tabaco, sobre os perigos dos anúncios de cigarro divulgados nos meios de comunicação e também em pontos de venda. O secretário-geral da ONU Ban Ki-moon observou que banir a publicidade de tabaco pode salvar vidas.

De acordo com a OMS, apenas 6% da população mundial está totalmente protegida da exposição aos anúncios criados pela indústria do cigarro. O Brasil é citado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos países que estão conseguindo progressos na área.

A cada ano, o cigarro é a causa da morte de seis milhões de pessoas. Deste total, 600 mil são fumantes passivos, vítimas de complicações respiratórias.

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