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Circulação de veículos será proibida na área central de Paris, anuncia prefeita

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08/12/2014 às 13:30 • Atualizada em 29/08/2022 às 15:25 - há XX semanas
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Ciclista aluga uma Velib, do projeto de compartilhamento público de bicicletas da capital francesa
Foto: Balint Porneczi / Bloomberg/13-3-2014

A circulação de veículos nas quatro áreas centrais de Paris será proibida, anunciou neste fim de semana a prefeita da capital francesa, Anne Hidalgo, em entrevista ao Journal du Dimanche (JDD). O objetivo é banir completamente da cidade os gases emitidos por motores movidos a diesel até 2020.

A proibição entrará em vigor inicialmente nos fins de semana, mas rapidamente deverá ser expandida para todos os dias da semana, segundo a prefeita. “Nos quatro distritos centrais de Paris, à exceção de bicicletas, ônibus, táxis, os únicos veículos permitidos serão os de residentes, carros de entregas e de emergência”, explicou ela ao semanário francês, acrescentando que o plano antipoluição será discutido no Conselho de Paris em 9 de fevereiro.

“Quero agir de forma eficaz, rápida e vigorosa”, ressaltou Anne. “Porque a poluição é um tema maior, um grave problema de saúde pública, em particular para as populações mais vulneráveis.”

Número de quilômetros de ciclovias será dobrado até 2020, por meio de “um plano bastante ambicioso”, que custará € 100 milhões ao longo de sua gestão.

Além do problema da poluição, a prefeitura quer aliviar o trânsito na cidade. A área central de Paris engloba uma densidade populacional elevada para os padrões das cidades europeias. Os quatro arrondissements em questão, que formam uma importante região turística, enfrentam congestionamentos crônicos.

Lógica invertida

A prefeita lembrou que o uso da bicicleta como meio de transporte já está bem assentado na cultura parisiense. Ela acrescentou que o número de quilômetros de ciclovias será dobrado até 2020, por meio de “um plano bastante ambicioso”, que custará € 100 milhões ao longo de sua gestão. A ideia é permitir a integração de todas as portas de Paris, “mas também uma grande ligação Norte-Sul e outra Lest-Oeste”.

“Também quero estimular a bicicleta elétrica, estimulando a compra do Vélib. Tecnicamente, é viável. Também vamos devenvolver um projeto de instalação de postos para recarregar carros elétricos”, projetou a prefeita ao prometer assistência financeira também para a criação de garagens para bicicletas.

Planejamento urbano

A proposta de Anne Hidalgo inverte uma lógica de planejamento urbano que vigorou nas principais metrópoles do mundo desde o fim do século 20, com foco nos automóveis. Uma das principais preocupações dos formuladores de política pública para as cidades era o escoamento do tráfego. Assim, a construção de avenidas, bulevares, viadutos, pontes, muitas vezes implicando a demolição de bairros inteiros, se sobrepôs a políticas de habitação e o desenvolvimento sustentável.

Além da poluição do ar, esse raciocínio estimulou o transporte individual e esgotou as possibilidades de escoamento, gerando engarrafamentos crônicos em várias áreas da cidade. A inversão dessa lógica, por outro lado, coloca em questão a qualidade dos meios de transporte público e formas alternativas, como ciclovias. Não é à toa que mobilidade passou a ser uma das questões centrais das metrópoles neste início de século 21, observou análise do jornal O Globo.

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